São Paulo, domingo, 10 de maio de 2009

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Em concordata, Chrysler sofre com gripe

Fábricas mexicanas param e já comprometem a importação de Ram

DA REPORTAGEM LOCAL

Como se não bastasse o gosto amargo da concordata anunciada na semana passada, a americana Chrysler ainda enfrenta paralisações nas suas fábricas mexicanas. É mais um reflexo da gripe suína.
Desde o início do mês as linhas de montagem dos Dodge Journey e Ram estão paradas. Os funcionários ficaram em casa, após a orientação do presidente mexicano, Felipe Calderón, a fim de evitar a disseminação do vírus naquele país.
"Os funcionários que insistem em trabalhar vão ao escritório de máscara e luva e sequer têm acesso aos refeitórios das fábricas. Precisam levar comida de casa ou mesmo pedir um almoço por telefone, quando conseguem", conta Philip Derderian, diretor-geral da Chrysler do Brasil.
Segundo ele, essas paralisações já afetam, por exemplo, a entrega das picapes Dodge Ram cabines simples e dupla nas cores preta e prata. A cor vermelha tem de sobra.
Isso ocorre nos carros com maior demanda da Dodge -de janeiro a abril, a marca vendeu 481 Journey e 245 Ram.
A linha do PT Cruiser também foi afetada, mas já estava prevista para encerrar as atividades em setembro. Aqui, o estoque de 300 unidades nas revendas e na fábrica deve durar dois meses, calcula Derderian.

Trazo
Nem toda essa maré de azar deve atrapalhar a importação do mexicano Trazo -versão sedã do Nissan Tiida-, que será lançado com a marca Dodge no segundo semestre deste ano.
"O carro está em processo de homologação e vai usar o mesmo motor 1.8 flexível do Tiida", afirma o diretor da Chrysler, que, com ou sem concordata nos EUA, diz manter os 32 pontos de venda no Brasil.
O Trazo pode assegurar que, mesmo que a Fiat compre até 35% das ações da Chrysler até 2012, como está previsto no acordo, manterá os vínculos da americana com Nissan, Mitsubishi e Hyundai.
Honda, Nissan e Ford também importam carros do México, mas, procuradas pela Folha, disseram que não enfrentaram problemas de paralisações nas suas linhas de montagem. As importações para o Brasil seguem no mesmo ritmo, sem vestígios de gripe suína. (FABIANO SEVERO)


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