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Em concordata, Chrysler sofre com gripe
Fábricas mexicanas param e já comprometem a importação de Ram
DA REPORTAGEM LOCAL
Como se não bastasse o gosto
amargo da concordata anunciada na semana passada, a
americana Chrysler ainda enfrenta paralisações nas suas fábricas mexicanas. É mais um
reflexo da gripe suína.
Desde o início do mês as linhas de montagem dos Dodge
Journey e Ram estão paradas.
Os funcionários ficaram em casa, após a orientação do presidente mexicano, Felipe Calderón, a fim de evitar a disseminação do vírus naquele país.
"Os funcionários que insistem em trabalhar vão ao escritório de máscara e luva e sequer
têm acesso aos refeitórios das
fábricas. Precisam levar comida de casa ou mesmo pedir um
almoço por telefone, quando
conseguem", conta Philip Derderian, diretor-geral da
Chrysler do Brasil.
Segundo ele, essas paralisações já afetam, por exemplo, a
entrega das picapes Dodge
Ram cabines simples e dupla
nas cores preta e prata. A cor
vermelha tem de sobra.
Isso ocorre nos carros com
maior demanda da Dodge -de
janeiro a abril, a marca vendeu
481 Journey e 245 Ram.
A linha do PT Cruiser também foi afetada, mas já estava
prevista para encerrar as atividades em setembro. Aqui, o estoque de 300 unidades nas revendas e na fábrica deve durar
dois meses, calcula Derderian.
Trazo
Nem toda essa maré de azar
deve atrapalhar a importação
do mexicano Trazo -versão sedã do Nissan Tiida-, que será
lançado com a marca Dodge no
segundo semestre deste ano.
"O carro está em processo de
homologação e vai usar o mesmo motor 1.8 flexível do Tiida",
afirma o diretor da Chrysler,
que, com ou sem concordata
nos EUA, diz manter os 32 pontos de venda no Brasil.
O Trazo pode assegurar que,
mesmo que a Fiat compre até
35% das ações da Chrysler até
2012, como está previsto no
acordo, manterá os vínculos da
americana com Nissan, Mitsubishi e Hyundai.
Honda, Nissan e Ford também importam carros do México, mas, procuradas pela Folha, disseram que não enfrentaram problemas de paralisações nas suas linhas de montagem. As importações para o
Brasil seguem no mesmo ritmo, sem vestígios de gripe suína.
(FABIANO SEVERO)
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