São Paulo, domingo, 12 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Próximo Texto | Índice

Coadjuvante no mais recente filme de James Bond, carro da BMW custa US$ 130 mil nos EUA e deve chegar ao Brasil apenas em 2001
Meu nome é 8, Z8

Edson Franco/Folha Imagem
A frente equipada com faróis de xenônio do roadster alemão


EDSON FRANCO
enviado especial à Califórnia

Caso fosse incumbido da missão de encontrar defeitos no BMW Z8, o agente britânico James Bond -que pilota esse carro no filme "007 - O Mundo Não É o Bastante"- passaria a contabilizar o primeiro fracasso em seu currículo.
Motoristas menos célebres podem questionar a empunhadura do volante, que ganhou um aspecto art déco. Ou a dificuldade visual causada pela concentração dos instrumentos no centro do painel. Ou o ruído um pouco acima do normal para os acostumados a conduzir sedãs de luxo.
Mas nem mesmo o mais ranzinza dos críticos há de negar que esse roadster (esportivo de dois lugares) já nasce clássico, até porque foi inspirado no antológico BMW 507, carro produzido pela marca alemã entre 1956 e 1959.
Numa comparação ligeira, a impressão é que o 507 e o Z8 compartilham muitos traços. Pura ilusão. Mas ambos têm ingredientes que fazem subir a pressão de quem vê nos carros um meio de prazer, e não só de locomoção.
Para começar, a frente, longa e com curvas que dão musculatura ao carro. Curta, a traseira dá lugar a um porta-malas suficiente para viagens também curtas.
No caso do Z8, os engenheiros alemães aproveitaram as proporções para fazer um carro equilibrado, com o peso dividido igualmente entre os dois eixos. Isso ajuda a melhorar ainda mais a estabilidade do carro em curvas.

Paixão
O roadster da BMW é um carro para apaixonados pelo volante. E tudo no interior do carro foi pensado para saciar essa paixão.
Para manter a atenção do motorista fixa no prazer de dirigir, os instrumentos foram deslocados para o centro. Em vez de fazer o motor funcionar com o girar da chave de ignição, é preciso pressionar um botão no painel.
Assim, imaginam os alemães, o motorista sente nos dedos o prazer de dar a partida no motor.
E que motor. Com seu sotaque italiano e seus 400 cavalos, ele "sobra" para arrastar os quase 1.600 kg do corpo do carro, feito na maior parte em alumínio.
Na estrada, as ultrapassagens são feitas com rapidez. Na cidade, os companheiros de semáforo vão parar no retrovisor -segundo dados da fábrica, o Z8 faz de 0 a 100 km/ h em 4,7 segundos.
Por fim, o carro dá um banho no ego do motorista. Apesar da forte concorrência em Beverly Hills (parte de Los Angeles em que nomes como Ferrari, Jaguar e Porsche são comuns), o Z8 provocou alguns torcicolos.
Tanto prazer, beleza e desempenho tem um preço. Nos EUA, ele é de US$ 130 mil. Quando chegar ao Brasil, em 2001, esse valor deve dobrar, o que reduzirá o número potencial de compradores.
Mas isso não tira o sono dos alemães. Mesmo que não venda nenhuma unidade, o Z8 é um carro que, só por existir, dá um lustro na imagem da montadora.


Edson Franco, editor de Veículos, viajou a convite da BMW.



Próximo Texto: Carrões são a segunda paixão de James Bond
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.