GLENDA PEREIRA
da Reportagem Local

Se fosse preparada uma receita dos filmes de James Bond, dois ingredientes não poderiam faltar: belas mulheres e fabulosas máquinas de quatro rodas.
E, apesar de ser bem moderninho ao se envolver com várias mulheres em um único filme, o espião da rainha é tradicionalista e conservador quando o assunto é automóvel -pelo menos era.
No filme "007 contra o Satânico Dr. No" (1962), o primeiro da série, 007 -interpretado por Sean Connery- tem apenas o céu sobre a cabeça com o conversível Sunbeam Alpine -com um modesto motor 1.6.
Na próxima missão, "Moscou contra 007" (1963), Bond pôde acelerar mais forte com o Bentley 4,5 litros Sports Tourer -o carro preferido do autor Ian Flemming, o criador do agente secreto.
Mas é no filme "007 contra Goldfinger" que Bond encontrou sua cara-metade em forma de carro: o clássico inglês Aston Martin DB5, com motor de seis cilindros em linha, que atingia 232 km/ h.
Como todo carro usado por 007, o DB5 tinha um arsenal de engenhocas, como o assento ejetável e uma metralhadora escondida que era capaz de gerar uma cortina de fumaça para atrapalhar a vida de seus inimigos.

Debaixo d'água
O Aston Martin apareceu em mais três filmes do espião: "007 contra a Chantagem Atômica" (1965), "007 contra Goldeneye" (1995) e "007 - O Amanhã Nunca Morre" (1997) -com Pierce Brosnan no papel de 007.
Além de outros modelos da inglesa Aston Martin (DBS e V8), Bond dirigiu vários veículos do sonho de qualquer mortal.
Exemplos são o Ford Mustang Mach 1 V8 (ícone da esportividade americana), o Toyota 2000 GT Coupé, o pequeno Citroën 2CV (Deux Chevaux) e o superesportivo Lotus Esprit do filme "007 - O Espião que me Amava" (1977), que se transforma num submarino, com direito a hélices e tudo.
Em 1995, no filme "007 contra Goldeneye", 007 sucumbiu para um lado mais comercial. O resultado foi a transformação de James Bond em um garoto-propaganda.
O espião se rendeu às máquinas alemãs da BMW. A primeira foi o "roadster" Z3. Em "007 - O Amanhã Nunca Morre" foi a vez do luxuoso sedã 750iL, que era guiado por controle remoto integrado ao telefone celular. Seu atual "brinquedo" é o sofisticado roadster Z8 (leia texto na pág. 1).
Ao que tudo indica, a estratégia de marketing deu muito certo. Os vilões podem até guiar Mercedes-Benz ou Ferrari, mas nem assim são páreo para James Bond.


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