São Paulo, Domingo, 12 de Dezembro de 1999 |
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LANÇAMENTO Monovolume que será fabricado no país no final de 2000 esquenta disputa no segmento do Renault Scénic Picasso "salva" designers da Citroën
CHRISTIAN MARRA enviado especial a Málaga Se a Citroën Berlingo gera controvérsias quanto ao estilo, e o médio Xsara apresenta visual conservador e discreto, a nova minivan Xsara Picasso salva a honra dos designers da Citroën. O bonito desenho é a principal arma do modelo para conquistar o público no Brasil, onde será fabricado a partir do final de 2000. Para um carro que recebe o nome de um dos maiores artistas do século 20, o design não poderia decepcionar. Não que o modelo tenha os traços cubistas e sem perspectiva que consagraram o pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973). O monovolume da Citroën apresenta linhas harmônicas que lhe conferem identidade, principalmente pela forte inclinação do pára-brisa dianteiro. Nesse ponto está sua maior inovação em termos de estilo. Em função dessa elevada inclinação, o carro ficou com um aspecto mais oval. Vistas de perfil, a dianteira e a traseira quase aparentam simetria. Com isso, parte da área envidraçada avança em direção ao pára-lama dianteiro, uma solução de design pouco usada na indústria automobilística. Avaliado pela reportagem da Folha nos arredores de Málaga (cidade natal de Pablo Picasso, no sul da Espanha), essa configuração salvou o estilo, mas mostrou-se prejudicial à visibilidade para os motoristas altos. Condutores mais baixos, contudo, que posicionam o assento mais à frente, conseguem uma visão lateral um pouco melhor. Peugeot 206 Os faróis dianteiros, "esticados" à Peugeot 206, seguem as linhas ovais do modelo. O visual da traseira é mais conservador, sem grandes novidades chamativas. Ao dirigir a Xsara Picasso, o primeiro item que chama a atenção é o painel digital central de instrumentos, idéia já usada pela Renault no pequeno Twingo. Durante a avaliação, ficou evidente que esse painel precisará de acertos quando chegar ao Brasil. Em virtude da ampla área envidraçada na dianteira, conforme a posição em que bate o sol, os números digitais ficam ilegíveis. Isso pode ser um problema menor na Europa, onde o modelo está chegando agora ao mercado. Por aqui, onde em muitas regiões o sol brilha o ano inteiro, o problema será mais sério. A direção da Citroën do Brasil afirma que a Picasso nacional terá painel com luminosidade mais intensa. Outro ponto negativo do painel é a ausência de conta-giros em todas as versões. O próprio fato de o modelo usar mostradores digitais pode ser um ponto questionável. No Brasil, esse tipo de mostrador nunca atraiu o público (como já aconteceu em modelos da Chevrolet, como Kadett e Omega), que parece preferir os tradicionais instrumentos analógicos. Por dentro, há bom espaço para cinco ocupantes adultos, além de possibilitar praticidade de uso, que é a expectativa do comprador de uma minivan. Como aviões Os assentos traseiros permitem diversas configurações, podendo ser rebatidos (transformando-se em pequenas mesas) e até retirados, ampliando o volume de carga. O assento central pode ser avançado ou recuado em até 14 cm, enquanto os demais são fixos. No encosto do banco dianteiro, o passageiro traseiro dispõe de pequenas mesas retráteis com porta-copos, como as de aviões. A minivan foi montada na plataforma do Xsara, herdando do notchback médio a motorização e a boa posição de dirigir. A única pena foi o abandono do sistema de eixo traseiro autodirecional do Xsara, que faz as rodas traseiras convergir levemente no mesmo sentido das rodas dianteiras nas curvas. Christian Marra viajou a convite da Citroën Próximo Texto: Modelo é a grande cartada da marca Índice |
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