São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

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MERCADO

Montadoras instaladas no país querem intensificar exportações, principalmente para a América do Sul e o México

Brasil assume caráter de pólo exportador

Roberto Assunção/Folha Imagem
FORD ECOSPORT
Com índice de nacionalização de 90%, segundo modelo Amazon usa propulsor do Mondeo

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Décimo produtor mundial de carros, o Brasil está se tornando um pólo exportador. As montadoras apostam em novos modelos feitos aqui para conquistar os países da América do Sul e o México e, de quebra, não precisam importar em dólares.
A Toyota esperou o Corolla se consolidar -ele já vende mais que o Honda Civic- para fazer outro modelo em Indaiatuba (102 km a noroeste de São Paulo). Agora, testa no Salão de São Paulo a aceitação da Fielder, a versão perua do modelo.
Quem se aproximar do conceito será abordado. Os japoneses só esperam um "sim" do consumidor para colocá-la na linha de montagem. Já escolheram um motor 2.0 e acabamento mais esportivo. Sem nome definido, estará no mercado no final de 2003.
Quem também aposta alto no Brasil é a Ford. Começa a fazer e a vender no primeiro trimestre do ano que vem o utilitário esportivo EcoSport. De Camaçari (BA), ele irá para toda a América do Sul, com destaque para Argentina, Chile, Venezuela e Colômbia.
A idéia foi fazer um utilitário que atenda às necessidades do consumidor local: ou seja, ter preço para países emergentes. O índice de nacionalização é de 90%, mas usará o mesmo motor 2.0 Duratec do Mondeo, de 143 cv.
A aposta na região continua. No segundo semestre chega o Fiesta Sedan, configuração muito bem-aceita na Argentina e que poderia ir ao México, onde é feito o atual modelo vendido por aqui.

Carro mundial
A Renault planeja, em 2003, dobrar suas exportações -hoje são 5.000 unidades ao ano. Para tanto, vai lançar o novo Clio no primeiro trimestre do próximo ano e fará a terceira geração da Scénic, que deve ser vendida à França para compensar a falta de produto lá.
São José dos Pinhais (PR) também será a base de fabricação de um carro mundial, que será definido por volta de janeiro e feito em 2004. "Se queremos volume, precisamos de um carro acessível, o que não significa que seja um modelo pequeno", afirma Dominique Maciet, vice-presidente comercial para Brasil e Mercosul.
Pertencente à Renault, a Nissan também anuncia seus planos para o futuro. Em novembro e dezembro, 300 picapes Frontier embarcam para a Argentina. Vão testar o mercado local antes da exportação em massa. Por aqui, a picape ganha cabine simples até março.
Para junho, a novidade será o utilitário Xterra. As versões de acabamento não estão definidas, mas o motor deve ser o mesmo MWM que equipa a Frontier. A nacionalização fica em 60%.
A próxima novidade da Citroën é o C3, que chega às revendas em abril. Com preços que devem ficar entre R$ 27 mil e R$ 35 mil, será vendido para Chile, África do Sul, México e Venezuela.
O grupo PSA, dono da Peugeot e da Citroën, estuda fazer a 206 SW no Brasil. "Com a cotação do dólar, ela seria muito cara se fosse importada", diz o presidente da Peugeot, Bruno Grundeler.

Argentina
A crise na Argentina também beneficia a posição de base exportadora do Brasil. Na fábrica da Fiat em Córdoba, não está sendo feito nenhum veículo. "Perder dinheiro na Argentina significa menos investimento aqui", decreta o superintendente da marca no país, Alberto Ghiglieno.
A Volkswagen também aposta em um produto nacional para substituir um argentino. O Polo Sedan assume o papel do Polo Classic, cuja importação está praticamente descartada.
A versão com porta-malas saliente vai custar R$ 1.000 a mais que a hatch e poderá ser comprada a partir de 15 de novembro. Será feito na China com peças enviadas por São Bernardo do Campo.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)



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