São Paulo, Domingo, 14 de Fevereiro de 1999
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SEGURANÇA
Carro tem sistema antiderrapante
Volvo S80 corrige manobras na neve

ASDRÚBAL FIGUEIRÓ
enviado especial à Finlândia

Não é à toa que os finlandeses dominam o circuito mundial de rali. As pistas cobertas de gelo e neve de boa parte das vias do país são uma ótima escola para os que querem seguir os passos de Tommi Makinen (tricampeão mundial de rali) e de Ari Vatanen (tetracampeão do Paris-Dacar).
Foi nessas condições que a Folha avaliou o Volvo S80, equipado com o sistema DSTC (controle dinâmico de tração e estabilidade, em inglês) -que chega ao Brasil a partir de maio- e com o STC (controle de tração e estabilidade). O primeiro atua sobretudo em derrapagens, e o segundo, quando as rodas patinam na largada.
Ao tentar sair com o carro nas estradas cobertas de neve de Sirkka, cidade a cerca de 120 km ao norte do Círculo Polar Ártico, já é possível notar a primeira diferença: com os sistemas eletrônicos desligados, as rodas patinam, e o motorista tem de achar a aceleração correta para pôr o automóvel em marcha.
Com o STC ligado, a tarefa se resume a acelerar. Sensores identificam as rodas que estão patinando e transferem a força do motor para as que têm mais atrito com o solo.
A operação toda leva centésimos de segundo e é quase imperceptível para o motorista. Uma luz no painel, porém, indica que o sistema entrou em operação. Durante a condução do veículo pelas estradas cobertas de neve da região, os dois sistemas entram em operação a toda hora, sobretudo nas curvas.

Milagres
Apesar de ser um veículo de tração dianteira, na neve o Volvo S80 tende a sair de traseira por causa do baixo atrito entre pneus e solo. É aí que o DSTC entra em ação.
Sensores no volante, nas rodas e nos eixos comparam a trajetória que o carro está descrevendo com a que o motorista queria imprimir.
Se há diferenças entre as duas trajetórias, o DSTC tenta colocar o carro na trilha escolhida pelo motorista. Para fazer isso, o sistema pode frear uma ou mais rodas com auxílio do sistema antitravamento ABS e também reduzir a força do motor que chega a elas.
No teste de ""slalom" (ziguezague entre cones colocados em linha reta) sobre um lago congelado, a diferença entre o comportamento do carro com e sem o sistema ficou patente. À velocidade de cerca de 50 km/h, o carro contornou os obstáculos sem sustos.
Dirigindo da mesma forma, com o DSTC desligado, a traseira começa a escorregar até que o carro dá um giro de mais de 90 graus.
A ação do DSTC é mais perceptível. Em algumas situações, o motorista acelera, mas a tração não chega às rodas. Isso causa uma incômoda sensação de falta de controle sobre o veículo. No final, porém, a manobra costuma dar certo.
A Volvo alerta, porém, que o DSTC não faz milagres. Ele aumenta as chances de que uma manobra dê certo. Mas há situações em que nem o sistema é capaz de corrigir a trajetória do carro.


Asdrúbal Figueiró viajou a convite da Volvo do Brasil


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