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São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2003

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MINIVAN

Versão 1.6 do carro da Renault traz comodidade de câmbio automático, mas deve desempenho em baixas rotações

Scénic faz força para engatar novidade

ARMANDO PEREIRA FILHO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Aliar espaço e comodidade é a proposta da nova minivan Renault Scénic 1.6 Expression automática. Com essas características somadas à oferta de itens de série como direção hidráulica e ar-condicionado, espera atrair famílias, que demandam áreas generosas.
Mas a principal novidade é mesmo o câmbio automático -raro de aparecer em modelos de motorização abaixo de 2.0. O compacto Honda Fit é outra exceção, com propulsor 1.4.
Numa cidade com trânsito congestionado, a facilidade da transmissão automática vai sendo cada vez mais bem-vinda. A Renault destaca ainda a possibilidade de uso por deficientes físicos, já que não há o pedal da embreagem.
A montadora tomou o cuidado de acrescentar ao manual do proprietário um folheto com dicas para usar o câmbio -uma precaução necessária para ajudar um motorista que, nessa categoria, usa mais câmbio manual.

Contraponto
O que é vantagem, porém, também pode se transformar em ponto negativo. Um carro automático é mais lento em retomadas e consome mais combustível.
O torque (força) máximo, de 15,1 kgfm a 3.750 rpm, não ajuda nas arrancadas no meio do trânsito. O motor, que gera 110 cv, demora um pouco para responder em rotações menores (quando ainda está pegando velocidade) e acaba ficando mais barulhento.
As concorrentes são equipadas com motores superiores (2.0), o que lhes dá vantagem sobre o modelo da Renault. A Citroën Picasso GLX 2.0, por exemplo, tem torque de 19,8 kgfm a 4.100 rpm e 118 cv. A Chevrolet Zafira 2.0 dispõe de torque de 17,3 kgfm a 2.400 rpm e gera 116 cv.
Outra comodidade da Scénic são os bancos traseiros bem flexíveis. Eles podem ser reclinados, rebatidos e retirados individualmente, o que aumenta o espaço para carga sem eliminar totalmente a área para passageiros.
A posição inclinada do volante pode causar estranheza para quem está acostumado com carros de passeio.

Carga
No porta-malas, a Scénic ganha quando se trata de capacidade máxima. Segundo divulgado pela Renault, chega a 1.800 l, 100 l a mais que a Zafira e 450 l superior à Picasso. Na configuração com cinco passageiros, no entanto, a Scénic é a última colocada: 410 l, em comparação com 600 l da Zafira e 550 l da Picasso.
Outros itens de série do modelo da Renault são duplo airbag (bolsa que infla em batidas), computador de bordo e travas e vidros elétricos (tipo um toque para o motorista). A versão Expression não tem freios ABS (antitravamento) nem como opcional.
Os bancos, embora não sejam de couro, são confortáveis. O do motorista tem regulagem de altura e lombar de série.
Esses elementos todos cobram um preço do comprador. O carro, em sua versão básica, custa R$ 46.950. A Picasso, com direção hidráulica, ar-condicionado, duplo airbag, travas e vidros elétricos, tem preço de R$ 47.200. A Zafira automática, com equipamentos similares, sai por R$ 55.260.
A Scénic consome menos na cidade do que a Zafira automática. Segundo a Renault, faz 10,7 km/l. Teste Folha-Mauá, de maio de 2002, mostra 7,18 km/l para a Zafira. Porém o Chevrolet vence na estrada: 13,33 km/l contra 11,6 km/l da Scénic. A Citroën não divulga o consumo da Picasso.


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