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São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2003

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ESPÍRITO NATALINO

Ações sociais de fábricas focam principalmente educação

Montadoras esboçam o bem com giz

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

É preciso deixar os automóveis de lado para encontrar um ponto em que as montadoras concordam. Quando a pauta é responsabilidade social, elas fazem coro e investem na educação.
"Os resultados que advêm da educação influenciam outras áreas, como a saúde", resume Pedro Luiz Dias, vice-presidente do Instituto General Motors.
"Com educação de qualidade é possível mudar vidas", completa Margareth Goldenberg, superintendente do Instituto Ayrton Senna. "Muitas montadoras formam os próprios funcionários."
Segundo o Instituto Ethos de Responsabilidade Social, as empresas de grande porte de todas as áreas investem em educação. Uma pesquisa do Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) mostrou que 85,4% de seus 63 associados investem na área. Por isso o diferencial das montadoras é aplicar em ambiente.
Em geral, elas procuram sindicatos e secretarias de Educação para começar os programas nas comunidades onde têm fábricas. Mas nada impede que a atuação seja numa localidade distante.
"Até 2006, queremos erradicar o analfabetismo em Betim com o ABC+, que dará diploma de ensino fundamental", diz Marco Antônio Lage, diretor de comunicação corporativa da Fiat. Só que outras 5.000 pessoas devem ser beneficiadas em Alcântara (MA).
Mas a "menina dos olhos " da Fiat é o Você Apita. "Ele se transformou em uma grande ação de cidadania", afirma Lage. Os jovens verificam os problemas do bairro onde moram ou estudam -como a falta de faixa de segurança em frente a um colégio.

Cabides
Na Volkswagen, houve uma mudança de rumo em 2001. "Quando chegamos ao Brasil, em 1953, não havia mão-de-obra qualificada. Tudo era ensinado ao empregado", lembra Simone Nagai, diretora da Fundação VW.
Com a exigência de profissionais qualificados, a entidade se voltou a comunidades onde tem plantas. Em São Carlos (231 km a noroeste de São Paulo), o Estudar pra Valer! quer melhorar técnicas de leitura e escrita de 2.700 crianças do ensino fundamental.
Já em Taubaté (130 km a nordeste da capital), a idéia é resgatar a tradição de rodas de leitura. O Entre na Roda beneficiará 90% das escolas do município e vem a São Paulo no próximo ano. "Em 2004, Resende [RJ] e São José dos Pinhais [PR] também ganham projetos sociais", diz Nagai.
A GM comemora a formatura de 70 estudantes do Jovens Empreendedores. O programa ensina a alunos de escolas públicas como formar uma empresa e seu dia-a-dia. A empresa fictícia é uma fábrica de cabides de alumínio -com produção e venda.


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