São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 2005

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Conceitos apresentados no salão americano sinalizam tendências de design e antecipam tecnologias

Inovações dos protótipos de VW e Volvo estarão nas ruas em breve

DETROIT acelera o futuro

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT

Rodas que giram para dentro e fazem o carro rodar em seu próprio eixo. Bancos que deslizam para diminuir a força de um impacto nos passageiros. Um sistema que informa as condições do trânsito e permite baixar músicas da internet. Uma tampa de porta-malas que é grossa como a de um carro-forte, mas que esconde um monitor de tela plana. E ainda veículos que reúnem características de sedã, utilitário esportivo e van.
O resultado dessa mistura é o automóvel do futuro. Ou pelo menos é nisso que acreditam os designers e os engenheiros das 34 montadoras que participam do Salão de Detroit de 2005, o maior dos EUA, que abriu ontem e termina no próximo domingo.
Uma das sensações da mostra é o Jeep Hurricane, que, além de um motor 5.7 na frente e outro atrás (totalizando 670 cavalos), tem rodas que viram em sentidos opostos. Assim, rotaciona em volta de seu centro, o que ajuda a enfrentar terrenos acidentados.
Outro exercício de criatividade é o Ford SYNus. Por fora, parece um carro-forte; por dentro, uma sala de estar. Com o tamanho do Fiesta, tem código para abrir as portas, câmera no lugar dos retrovisores e bancos que giram em direção à traseira, servindo de poltronas de cinema.
Diversão também é a tônica do Acura RD-X. O modelo permite acessar a internet, fazer download de músicas e ler críticas de filmes. Nas horas "sérias", o sistema de comunicação via satélite avisa como vai o trânsito. O áudio é acionado por um tipo de mouse; a navegação, por comando de voz.
E se o motorista se distrair com tantas tentações e bater no carro da frente? Não há problema, se a vítima estiver em um Volvo 3CC. Seus bancos deslizam 7,6 cm, o que reduz a força do impacto sobre seus três passageiros. Os trilhos também facilitam o acesso ao banco traseiro. As portas abrem para cima, o painel é flutuante, os pedais se ajustam. O menor carro da marca, o C30, a ser lançado em 2006, será baseado no protótipo.

Bola de cristal
Mostrar como vão ser os futuros lançamentos é outra função dos carros-conceito. O Volkswagen Ragster traz as lanternas que o New Beetle deve passar a exibir na reestilização que sofrerá ainda em 2005 -e prevê como seria uma versão roadster. O Jaguar Advanced Lightweight Coupè representa o futuro dos "felinos", que, mesmo parados, têm a missão de parecer em movimento.
Uma das poucas atrações que ainda não foram divulgadas, o Audi allroad quattro concept revela a nova geração do "crossover" derivado da A6 Avant. Aliás, o que se viu em Detroit é que cada vez mais os carros terão características de carrocerias diferentes.
"Depois que os filhos saem de casa, o caminho sempre foi o casal passar de um sedã para um cupê. Mas eles querem mais", diz Kevin Hunter, vice-presidente de design da Toyota. O resultado é o FT-SX, que junta qualidades de sedã e de utilitário esportivo, como desempenho, versatilidade e estilo.
Outra preocupação das montadoras é com o bolso do consumidor. O Nissan Azeal, interpretação de um clássico cupê esportivo, prova que um modelo de entrada não precisa parecer simples e que dimensões compactas podem transmitir personalidade.


José Augusto Amorim viajou a Detroit a convite da Anfavea


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