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Conceitos apresentados no salão americano sinalizam tendências de design e antecipam tecnologias
Inovações dos protótipos de VW e Volvo estarão nas ruas em breve
DETROIT acelera o futuro
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT
Rodas que giram para dentro e
fazem o carro rodar em seu próprio eixo. Bancos que deslizam
para diminuir a força de um impacto nos passageiros. Um sistema que informa as condições do
trânsito e permite baixar músicas
da internet. Uma tampa de porta-malas que é grossa como a de um
carro-forte, mas que esconde um
monitor de tela plana. E ainda veículos que reúnem características
de sedã, utilitário esportivo e van.
O resultado dessa mistura é o
automóvel do futuro. Ou pelo
menos é nisso que acreditam os
designers e os engenheiros das 34
montadoras que participam do
Salão de Detroit de 2005, o maior
dos EUA, que abriu ontem e termina no próximo domingo.
Uma das sensações da mostra é
o Jeep Hurricane, que, além de
um motor 5.7 na frente e outro
atrás (totalizando 670 cavalos),
tem rodas que viram em sentidos
opostos. Assim, rotaciona em volta de seu centro, o que ajuda a enfrentar terrenos acidentados.
Outro exercício de criatividade
é o Ford SYNus. Por fora, parece
um carro-forte; por dentro, uma
sala de estar. Com o tamanho do
Fiesta, tem código para abrir as
portas, câmera no lugar dos retrovisores e bancos que giram em direção à traseira, servindo de poltronas de cinema.
Diversão também é a tônica do
Acura RD-X. O modelo permite
acessar a internet, fazer download
de músicas e ler críticas de filmes.
Nas horas "sérias", o sistema de
comunicação via satélite avisa como vai o trânsito. O áudio é acionado por um tipo de mouse; a navegação, por comando de voz.
E se o motorista se distrair com
tantas tentações e bater no carro
da frente? Não há problema, se a
vítima estiver em um Volvo 3CC.
Seus bancos deslizam 7,6 cm, o
que reduz a força do impacto sobre seus três passageiros. Os trilhos também facilitam o acesso ao
banco traseiro. As portas abrem
para cima, o painel é flutuante, os
pedais se ajustam. O menor carro
da marca, o C30, a ser lançado em
2006, será baseado no protótipo.
Bola de cristal
Mostrar como vão ser os futuros
lançamentos é outra função dos
carros-conceito. O Volkswagen
Ragster traz as lanternas que o
New Beetle deve passar a exibir na
reestilização que sofrerá ainda em
2005 -e prevê como seria uma
versão roadster. O Jaguar Advanced Lightweight Coupè representa o futuro dos "felinos", que,
mesmo parados, têm a missão de
parecer em movimento.
Uma das poucas atrações que
ainda não foram divulgadas, o
Audi allroad quattro concept revela a nova geração do "crossover" derivado da A6 Avant. Aliás,
o que se viu em Detroit é que cada
vez mais os carros terão características de carrocerias diferentes.
"Depois que os filhos saem de
casa, o caminho sempre foi o casal
passar de um sedã para um cupê.
Mas eles querem mais", diz Kevin
Hunter, vice-presidente de design
da Toyota. O resultado é o FT-SX,
que junta qualidades de sedã e de
utilitário esportivo, como desempenho, versatilidade e estilo.
Outra preocupação das montadoras é com o bolso do consumidor. O Nissan Azeal, interpretação de um clássico cupê esportivo, prova que um modelo de entrada não precisa parecer simples
e que dimensões compactas podem transmitir personalidade.
José Augusto Amorim viajou a Detroit a
convite da Anfavea
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