São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 2005

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SALÃO DE DETROIT 2005

Honda e Mitsubishi apostam em picapes, e Mercedes, em utilitário esportivo; GM e Dodge lançam carros de até 500 cavalos

Gosto americano define modelos

José Augusto Amorin/Folha Imagem
A Ridgeline, primeira picape da Honda, foi planejada para aumentar a participação da marca no mercado americano


DO ENVIADO ESPECIAL A DETROIT

Se a expressão "para inglês ver" se transformasse em "para americano comprar", não haveria problema nenhum. Pelo menos não no caso do Salão de Detroit, onde as montadoras mostraram preocupação em agradar o público local. O esforço vai da reestilização de produto alemão feito nos EUA à instalação, na Califórnia, de centro de design de origem asiática.
Depois de vender 620 mil unidades, o Mercedes-Benz Classe M ganhou sua segunda geração -"produzida nos EUA para os americanos", não cansavam de repetir os executivos da DaimlerChrysler na apresentação do produto-, que chega ao Brasil no segundo semestre.
Equipado com transmissão automática de sete velocidades, o jipão de luxo está mais seguro. Pode ter um sistema opcional que controla o encosto de cabeça em caso de batidas traseiras (o que protege o pescoço) e toma uma série de medidas preventivas em acidentes, como deixar o cinto de segurança mais preso.
Mas, além dos utilitários, os americanos adoram as picapes -em 2004, o veículo mais vendido no país foi a F-150. Por isso a Honda trouxe a Detroit a primeira picape de sua história. A Ridgeline inova por ser construída em um só bloco -em geral, a caçamba é soldada à cabine- e por oferecer uma espécie de porta-malas sob o compartimento de carga.
Para não ficar fora da briga, a Mitsubishi voltou ao segmento e desenhou a Raider na Califórnia, com a plataforma da Dodge Dakota. "Ela [a Raider] se sente em casa na cidade", diz Dan Sims, responsável pelo design da marca.
Da Ásia, além da Mitsubishi, a Toyota e o grupo Hyundai-Kia têm centros de criação nos EUA, onde o carro de passeio mais vendido em 2004 foi o Toyota Camry, seguido por dois Honda: o Accord e o Civic. A Hyundai, que inaugurou fábrica no Alabama, apresentou o novo Sonata. A aposta é na relação custo-benefício: por menos de US$ 20 mil, o sedã terá seis airbags e controle eletrônico de estabilidade.
Para brigar com o Oriente, a Ford desenvolveu o Fusion. "É o coração do mercado, onde as asiáticas têm tido muito sucesso", diz Steve Lyons, executivo da Ford. O sedã começa a ser vendido no segundo semestre com motores de 160 cv (cavalos) ou 210 cv.

Superesportivos
Símbolo da rebeldia das décadas de 60 e 70, o Charger voltará a sair das linhas de montagem da Dodge. Seu design continua transpirando agressividade, mas, como todo jovem que envelhece, passou a pensar em conforto também. Por isso vem agora com quatro portas, ainda que os mais puritanos tenham protestado.
Produzido entre 1966 e 1978, o Charger "ressuscita" com duas motorizações. A de 340 cv (cavalos) proporciona uma aceleração de 0 a 100 km/h em 6s. O propulsor V6 (seis cilindros em "V") é mais comportado, com 250 cv. Nos dois casos, o câmbio é automático de cinco velocidades, mas aceita trocas manuais.
Seguindo a fórmula de unir estilo, performance e preço acessível, o Charger traz cockpit voltado ao motorista e tem painel de instrumentos que lembra o do Viper. Também se atualizou no quesito segurança, com ESP (controle de estabilidade) e controle de tração.
Inspirado no modelo de competição, o Chevrolet Corvette ganhou uma apimentada versão de 500 cv. Modelo de série mais rápido que a GM já produziu, o Corvette Z06 chega a 100 km/h em menos de 4s. Além de mais potente, está mais leve em relação à versão "comum", usando chassi com magnésio, estrutura da carroceria de alumínio e componentes de fibra de carbono.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)


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