São Paulo, domingo, 17 de abril de 2011

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Pneu "verde" quer rodar mais sem poluir

Novas tecnologias como sílica e polímeros longos permitem que o composto também reduza as emissões de CO2

Fabricantes calculam que, a cada jogo de pneu usado, o consumidor 'ganhe' um jogo de pneu por poupar combustível

DO ENVIADO ESPECIAL A FOZ DO IGUAÇU E CURITIBA (PR)

O pneu continua preto, mas fabricantes fazem questão de chamá-lo de verde.
É a preocupação da indústria automotiva, que exige que os compostos tenham menos atrito na rolagem ""o que aumenta a quilometragem e reduz o consumo"" sem perder desempenho de aceleração e de frenagem.
Como é possível? Tecnologia. Novos compostos, como a sílica, estão sendo cada vez mais usados nos pneus de entrada (antes eram restritos a pneus de alta performance).
Segundo Roberto Falkenstein, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Pirelli, a nova família de pneus Cinturato P1 e P7 e Scorpion Verde usam até 30% de sílica. "Os pneus de corrida, por exemplo, usam apenas 8%."
A sílica permite que o pneu trabalhe com temperaturas mais baixas e sofra menos deformação ao tocar o solo.
Isso faz com que o consumo de combustível caia cerca de 6%, segundo estudos da Pirelli. É o suficiente para, na vida útil do pneu (estimada em 60 mil quilômetros), economizar 3,6 pneus. Ou seja, o consumidor praticamente "ganha" um jogo.
A nova tecnologia também reduz as emissões de CO2, diz Falkenstein. "O atrito do pneu é responsável por 20% das emissões de CO2 do carro. Quando reduzimos o arrasto, baixamos também as emissões de poluentes."
Os novos pneus substituem o Cinturato P4, o P7 (carros) e o Scorpion STR (picapes e utilitários esportivos). Custarão 3,5% a mais em medidas de 13 a 20 polegadas.
Além da sílica, a Continental aposta em um composto com diferentes cadeias de polímeros e ativadores.
Os polímeros de cadeia longa atuam quando os pneus estão frios, aumentando a quilometragem.
Quando o composto esquenta, entram em ação os polímeros de cadeia curta, para reduzir a temperatura interna e manter o desempenho de aceleração e frenagem.
De acordo com a Continental, a nova tecnologia aumenta em 15% a quilometragem média do jogo. Ao final de 70 mil quilômetros, o consumidor economizará 2,3 pneus, ou R$ 556.
Verdes ou não, os novos pneus devem ajudar as montadoras a atingir os baixos níveis de emissões nos próximos anos. (FABIANO SEVERO)

O jornalista viajou a convite da Pirelli e da Continental


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