São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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EM TRÊS TEMPOS

Civic, Corolla e Jetta entre defeitos e qualidades

Esportivo, Civic tem menor porta-malas; o maior aparece no Jetta, cujo espaço interno deixa a desejar

DA REPORTAGEM LOCAL

Passado o fator emocional da decisão de compra, é chegada a hora de escolher entre Toyota Corolla S, Volkswagen Jetta e Honda Civic Flex pelos benefícios reais de um sedã médio.
Nesse ponto, os três têm características louváveis e condenáveis. O porta-malas, um dos principais motivos de compra de um três-volumes, poderia crucificar o Civic. O Honda comporta 340 l, ou a bagagem de um casal com um filho e a de uma sogra pouco vaidosa.
No Corolla, que comporta 437 l e cujo banco traseiro é o único não rebatível, deve-se escolher entre a sogra e o outro filho. Já no Jetta, com 527 l, há espaço para as malas de todos.
A sogra do motorista do Jetta, porém, deverá se decepcionar ao entrar no banco de trás. Ainda que o acabamento em couro seja o melhor, o espaço para as pernas lembra o de um hatch médio. É herança da distância entreeixos herdada da quinta geração do Golf. Enquanto o Jetta soma 2,58 m, o Corolla chega a 2,60 m, e o Civic, a 2,70 m. Resultado: o Honda tem acessos melhores e espaço interno mais generoso.
Mas esqueça a sogra. Ao volante, a questão muda de figura. É lá que a tal noção de tempo se faz mais presente. Espartano, o Corolla S parece adotar soluções ergonômicas dos anos 90.
Ainda que funcionais, não são os preferidos de um público que busca sofisticação em um carro de R$ 69.813. Para o Corolla vir com ar digital, controlador de velocidade, computador de bordo e sensor de chuva será preciso desembolsar mais R$ 8.274 pela versão SE-G.

Esportivo
Exceto o banco de couro, o Jetta, por R$ 83.160, tem tudo isso e mais um pouco. Traz detalhes que parecem supérfluos, como volante e alavanca de câmbio revestidos de couro, controle de som no volante e regulagem elétrica do encosto. São itens que fazem mais bem ao ego do que ao corpo.
No Civic, que custa a partir de R$ 68.180, ego e corpo não têm do que reclamar. A posição de guiar é puramente esportiva. Como em muitos carros de corrida, o conta-giros fica entre o volante -o velocímetro está perto do pára-brisa-, e o acelerador, grudado ao assoalho.
Para completar o "pacote de emoção", o volante pequeno deixa a direção rápida como em um Porsche, e ainda há a opção de troca das cinco marchas por borboletas atrás do volante.
Com tanta provocação, acaba sobrando para o motor 1.8 (138 cv com gasolina e 140 cv com álcool). No teste Folha-Mauá, ele foi o mais lento de todos. Para arrancar até 100 km/h com gasolina, precisou de 13,09s, quase um segundo a mais do que o Corolla 1.8 (136 cv). O Jetta, com motor 2.5 e 150 cv, cravou 10,92s.
O Civic a gasolina -que continua em linha e deve representar 70% das vendas, segundo a Honda- fez a prova em 11,59s há sete meses. Ainda que tenha sido testado sob outras condições climáticas, vale para questionar a eficiência do sistema flexível da Honda, o único a diminuir a potência do motor -perdeu 2 cv a gasolina- com a tecnologia. (FABIANO SEVERO)

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
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