São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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Cada vez maior, garantia faz aumentar gastos do consumidor

Para ter direito à proteção de 5 anos, é preciso fazer 1ª revisão com 1.000 km

DEISE DE OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A garantia virou ferramenta de sedução na venda do carro zero-quilômetro. Para poder usá-la, no entanto, o proprietário tem de seguir certas regras, e elas custam um dinheiro muitas vezes não contabilizado. Além de revisões prematuras aos 1.000 km, a garantia pode exigir uma visita à rede autorizada aos 5.000 km.
Desde 2002, com a chegada do novo Toyota Corolla e sua cobertura de três anos, algumas fábricas revisaram seus planos. A General Motors, a Ford e a Honda ampliaram seus prazos, e a Kia inovou com cinco anos. Mantêm garantia de um ano para a maior parte da linha a Ford, a Fiat e a Volkswagen, cujos motores e câmbios são protegidos por outros três anos.
Um prazo de garantia generoso é sinal de qualidade do produto e de atenção ao cliente, aponta Corrado Capellano, consultor da Creating Value. "Para quem precisa fixar marca, é uma excelente aposta."
Cada montadora tem sua política, com prazos e benefícios próprios. Em comum, há a obrigação de o cliente seguir as revisões previstas no manual do proprietário nas autorizadas e não alterar as características originais do carro. Caso contrário, perde-se a garantia.
O intervalo para a troca de óleo de carros da Toyota feitos a partir de 2005 caiu de 10.000 km para 5.000 km. As autorizadas cobram R$ 100 pelo serviço, mas não é preciso fazê-lo ali. A fábrica aceita que seja trocado em qualquer lugar, mas a nota fiscal deve ser guardada.
Para fazer frente à rival, a Honda dá três anos para o Civic. "Há itens que devem ser trocados a cada revisão, conforme o manual. O proprietário deve ser consultado para autorizar o serviço do que for adicional à lista", diz Marcelo Campagna, supervisor de serviço de pós-venda da Honda.

Prematuros
Para o Vectra, a primeira incursão à concessionária da Chevrolet é aos 1.500 km e grátis. As seguintes são a cada 10.000 km, mas, a cada 5.000 km, é preciso trocar o óleo. O Kia Picanto também tem uma revisão prematura: a primeira acontece aos 1.000 km.
Segundo o técnico do Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) Raul Dalaneze, quando a empresa dispõe da garantia contratual, impõe as condições. "O cliente tem de avaliar a necessidade das revisões e as condições de arcar com o custo", alerta.


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