São Paulo, domingo, 20 de maio de 2001

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Forma tradicional é a que predomina

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se por um lado o consumidor é beneficiado quando compra por intermédio de leasing, por outro as instituições financeiras estão dando mais atenção ao CDC.
O banco Toyota, por exemplo, só realiza operações de leasing para pessoas jurídicas com faturamento anual superior a R$ 1,5 milhão. O banco Honda está com as transações suspensas, e o consumidor encontra apenas as tabelas de CDC nas revendas Fiat.
"O mercado se voltou ao CDC. Já temos autorização do Banco Central para operar com leasing, mas ainda não sabemos quando vamos oferecer o plano, que deve ser voltado apenas a grandes empresas", afirma Carlos Eduardo Silva, da Financeira Renault.
Em direção oposta, a BMW preferiu investir no leasing e ainda não oferece o crédito direto. Em 1997, a matriz fez estudos e percebeu que o leasing era mais atrativo: o dólar e o real tinham valores equivalentes, e a taxa de captação da moeda norte-americana no exterior era mais baixa.

Como tudo começou
A explosão do leasing no Brasil aconteceu entre 1996 e 1998. Na época, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que incide apenas sobre o CDC, era de 15% -hoje é de 1,5%. Quem optava pelo leasing só deveria pagar ISS (Imposto sobre Serviços).
"Sempre o "quanto custa" pesa na decisão do consumidor", diz José Romélio Brasil Ribeiro, diretor-executivo da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras).
Para segurar um possível aumento da inflação, o governo havia limitado em seis o número de prestações do CDC. O leasing oferecia a opção de 24 parcelas.
A maioria dos contratos de "aluguel" era em dólar, pois as empresas tinham uma facilidade maior na captação de dinheiro no exterior. Em janeiro de 1999, quando o governo brasileiro desvalorizou o real, quem pagava R$ 200 na prestação do leasing passou a pagar R$ 400.
"A crise cambial ajudou a afastar muitos consumidores", atesta Silva, da Renault. Hoje em dia praticamente todos os contratos são em moeda nacional.

Simplesmente luxo
O arrendamento também é tido como algo usado apenas na compra de carros luxuosos. "Em 1990, o Brasil liberou as importações, e, ao mesmo tempo, o leasing para pessoas físicas", conta Agner Maria Moura Corrêa, do BMW Serviços Financeiros.
Passou a comprar por esse tipo de financiamento quem já estava acostumado a ele, ou seja, empresários, executivos e profissionais liberais, que não são os típicos compradores de carros "populares". Dez anos de mercado aberto se passaram, e os modelos mais caros ainda são os campeões de financiamento por leasing.


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