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São Paulo, domingo, 22 de junho de 2003

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CUPÊS

Nova geração do modelo da Mercedes-Benz dispensa a chave, mantém a velocidade e usa tecnologia que freia o carro

Reestilizado, CLK quase anda sozinho

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A tecnologia está tirando a graça de dirigir certos automóveis. Depois de não precisar acelerar os carros com controlador de velocidade, a novidade é não frear mais. Detectores percebem a distância do obstáculo da frente e diminuem a velocidade automaticamente. Ainda bem que o motorista só usa tudo isso se quiser e pode "brincar" com o Mercedes-Benz CLK 320.
O cupê da Série C foi reestilizado e agora ficou com a frente igual à dos "irmãos" de classe -antes, parecia pertencer à luxuosa Classe E. Ficou 7,1 cm mais comprido, 1,8 cm mais largo, 4,2 cm mais alto, e o entreeixos cresceu 2,5 cm. A coluna "B" foi eliminada: se as janelas dianteira e traseira estiverem abertas, há um grande vão.
Antes mesmo de entrar no carro, percebe-se que esse é um modelo, digamos, especial. Equipado com o sistema "keyless-go", ele dispensa o uso da chave. Basta um
toque na maçaneta para travar ou destravar as portas. Ao pisar no pedal do freio, pressionar um botão em cima do câmbio significa que o motor começa a roncar.
A Folha, em parceria com o IMT (Instituto Mauá de Tecnologia), testou a versão mais "simples" do CLK, com motor 3.2 de 218 cv (cavalos) -o cupê também oferece a opção 5.0, que gera 306 cv. Para ir de 0 a 100 km/h, esse Mercedes levou 8,27 segundos.
As retomadas também são boas. Se estiver a 40 km/h, o CLK 320 leva 5,52s para voltar aos 80 km/h. De 80 a 120 km/h, passam-se 7,37s. Mesmo assim, todas as suas marcas são inferiores às do sedã E 320, 40 kg mais pesado e seis cavalos mais potente.
Mas o câmbio poderia oferecer mais esportividade. Automático, permite trocas manuais. Aí é que está o problema. Falta realismo: é comum sair em quarta.

Conforto
Se o motorista não quiser explorar o lado esportivo do modelo, pode aproveitar o conforto típico que a marca oferece. Só vai ter de se acostumar a não ver a estrela no capô, ausente em todos os esportivos. Também há espaço apenas para quatro pessoas.
Os controles estão todos à mão -botão é o que não falta na porta e no painel. O cinto de segurança vem para a frente, o que desobriga contorcionismos na hora de colocá-lo. Esforço mesmo só na hora de retirar o CD, já que o disco quase não sai do rádio.
Outro ponto fraco do CLK 320 é sua visibilidade. Isso é amenizado pelos detectores de obstáculos na dianteira e na traseira.
O modelo da Mercedes-Benz -que ganhou uma versão conversível durante o Salão de Genebra, em março- praticamente não tem concorrentes diretos. A BMW deixou de vender o Série 3 com essa configuração. Sua única opção agora é o esportivo M3, de 343 cv, câmbio manual de seis marchas e que custa R$ 352 mil.
A própria marca oferece outro cupê derivado do Classe C. Mas o Sportcoupé é bem mais informal, e seu preço também é menor que o do CLK: custa R$ 185.220, contra R$ 309.132 do CLK 320. Outros modelos são o CL 500 (US$ 216.580) e o CL 600 (US$ 226.560).
Outras opções de cupês no Brasil são Audi TT (R$ 196 mil com motor de 180 cv; R$ 223,4 mil com o de 225 cv), Hyundai Tiburón (R$ 142 mil), Maserati Coupé (US$ 195 mil), Porsche 911 Carrera (US$ 169 mil) e Jaguar XK8 (R$ 460 mil). Isso sem falar nos carros da Ferrari e da Porsche.


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