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CUPÊS
Nova geração do modelo da Mercedes-Benz dispensa a chave, mantém a velocidade e usa tecnologia que freia o carro
Reestilizado, CLK quase anda sozinho
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A tecnologia está
tirando a graça de
dirigir certos automóveis. Depois de
não precisar acelerar os carros com
controlador de velocidade, a novidade é não frear mais. Detectores percebem a distância do obstáculo da frente e diminuem a velocidade automaticamente. Ainda bem que o motorista só usa tudo isso se quiser e pode "brincar"
com o Mercedes-Benz CLK 320.
O cupê da Série C foi reestilizado e agora ficou com a frente igual
à dos "irmãos" de classe -antes,
parecia pertencer à luxuosa Classe E. Ficou 7,1 cm mais comprido,
1,8 cm mais largo, 4,2 cm mais alto, e o entreeixos cresceu 2,5 cm.
A coluna "B" foi eliminada: se as
janelas dianteira e traseira estiverem abertas, há um grande vão.
Antes mesmo de entrar no carro, percebe-se que esse é um modelo, digamos, especial. Equipado
com o sistema "keyless-go", ele
dispensa o uso da chave. Basta um
toque na maçaneta para travar
ou destravar as portas. Ao pisar
no pedal do freio, pressionar um
botão em cima do câmbio significa que o motor começa a roncar.
A Folha, em parceria com o
IMT (Instituto Mauá de Tecnologia), testou a versão mais "simples" do CLK, com motor 3.2 de
218 cv (cavalos) -o cupê também oferece a opção 5.0, que gera
306 cv. Para ir de 0 a 100 km/h, esse Mercedes levou 8,27 segundos.
As retomadas também são
boas. Se estiver a 40 km/h, o CLK
320 leva 5,52s para voltar aos
80 km/h. De 80 a 120 km/h, passam-se 7,37s. Mesmo assim, todas
as suas marcas são inferiores às
do sedã E 320, 40 kg mais pesado e
seis cavalos mais potente.
Mas o câmbio poderia oferecer
mais esportividade. Automático,
permite trocas manuais. Aí é que
está o problema. Falta realismo: é
comum sair em quarta.
Conforto
Se o motorista não quiser explorar o lado esportivo do modelo,
pode aproveitar o conforto típico
que a marca oferece. Só vai ter de
se acostumar a não ver a estrela
no capô, ausente em todos os esportivos. Também há espaço apenas para quatro pessoas.
Os controles estão todos à mão
-botão é o que não falta na porta
e no painel. O cinto de segurança
vem para a frente, o que desobriga
contorcionismos na hora de colocá-lo. Esforço mesmo só na hora
de retirar o CD, já que o disco
quase não sai do rádio.
Outro ponto fraco do CLK 320 é
sua visibilidade. Isso é amenizado
pelos detectores de obstáculos na
dianteira e na traseira.
O modelo da Mercedes-Benz
-que ganhou uma versão conversível durante o Salão de Genebra, em março- praticamente
não tem concorrentes diretos. A
BMW deixou de vender o Série 3
com essa configuração. Sua única
opção agora é o esportivo M3, de
343 cv, câmbio manual de seis
marchas e que custa R$ 352 mil.
A própria marca oferece outro
cupê derivado do Classe C. Mas o
Sportcoupé é bem mais informal,
e seu preço também é menor que
o do CLK: custa R$ 185.220, contra R$ 309.132 do CLK 320. Outros
modelos são o CL 500 (US$
216.580) e o CL 600 (US$ 226.560).
Outras opções de cupês no Brasil são Audi TT (R$ 196 mil com
motor de 180 cv; R$ 223,4 mil com
o de 225 cv), Hyundai Tiburón
(R$ 142 mil), Maserati Coupé
(US$ 195 mil), Porsche 911 Carrera (US$ 169 mil) e Jaguar XK8
(R$ 460 mil). Isso sem falar nos
carros da Ferrari e da Porsche.
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