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Jetta luta em segmento ressurgente
Scénic puxa venda de minivans para baixo; mercado de peruas, em dois anos, cresce 93%
DA REDAÇÃO
A Volkswagen privou o brasileiro do Golf europeu, apelando
para uma solução de design caseira. O resto da família, porém,
é importado para quem está
disposto a gastar mais. No ano
passado, foram vendidos 5.000
Jetta. E, em uma semana, a Jetta Variant passa a ser oferecida.
Beneficiada por um dólar
abaixo dos R$ 2 e pela isenção
do Imposto de Importação por
ser mexicana, a perua chega
com fome por um pedaço do
bolo que parecia ter sido esquecido pelos fabricantes.
"As minivans estão com idade avançada, e as montadoras
[Citroën, General Motors e Renault] não conseguem viabilizar a fabricação das novas gerações aqui", explica Marcelo
Franco Ferreira, gerente de
marketing do produto da VW.
"Além disso, as peruas têm o aspecto da jovialidade."
Em 2003, foram vendidas
30.579 unidades da tríade Renault Scénic-Citroën Xsara Picasso-Chevrolet Zafira. As minivans aniquilavam as 464 unidades da Peugeot 307 SW.
Mas as vendas da Scénic despencaram, e mais montadoras
enxergam espaço entre as peruas. "Não vemos espaço para
mais uma minivan", diz Juliano
Rossi Machado, gerente de produto e marketing da Peugeot.
"O começo [da 307 SW] foi um
teste. Sabíamos que o mercado
existia, mas, sem concorrentes,
não sabíamos seu tamanho."
Vieram, em 2004, a Toyota
Fielder -ameaçada de extinção com a chegada do novo Corolla- e, em 2006, a Renault
Mégane Grand Tour. Até 2007,
a Fielder era a líder de mercado: foram mais de 8.000 emplacamentos, 2.700 a mais que a
Mégane e 3.600 além da Scénic.
Neste ano, a Renault comemora a idade da Fielder, o mesmo veneno que está matando a
Scénic. Sua perua se tornou líder de mercado: o placar já está
897 a 703 para a francesa.
A 307 SW fica na "lanterna",
com 244 vendas. Segundo Machado, o problema é que não há
volume suficiente que justifique sua produção na Argentina,
como ocorre com o hatch e o sedã. E seus dias também estão
contados: a 308 SW já foi apresentada, e a filial brasileira negocia com a matriz por quanto
tempo será produzida.
Status
O gerente da Peugeot observa que o consumidor de peruas
busca conforto e status. E é
mais fácil ter status a bordo de
modelos novos -que ofereçam
teto solar de vidro, como a 307
SW, e chave em forma de cartão, como a Mégane Grand
Tour- que em "antigos".
Nesse quesito, a Jetta Variant e seu câmbio de seis marchas esperam sair na frente. Ao
preço de R$ 91.940, é a mais cara de todas, mas a mais equipada. De série oferece controle de
estabilidade e de tração. Em
média, tem 30 cavalos a mais.
Dois milímetros mais comprida que o sedã e com um porta-malas 33 litros menor, a perua traz a mais sensor de obstáculos traseiros e rodas de 17 polegadas.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)
O carro foi cedido para avaliação pela VW
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