São Paulo, domingo, 23 de março de 2008

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Jetta luta em segmento ressurgente

Scénic puxa venda de minivans para baixo; mercado de peruas, em dois anos, cresce 93%

DA REDAÇÃO

A Volkswagen privou o brasileiro do Golf europeu, apelando para uma solução de design caseira. O resto da família, porém, é importado para quem está disposto a gastar mais. No ano passado, foram vendidos 5.000 Jetta. E, em uma semana, a Jetta Variant passa a ser oferecida.
Beneficiada por um dólar abaixo dos R$ 2 e pela isenção do Imposto de Importação por ser mexicana, a perua chega com fome por um pedaço do bolo que parecia ter sido esquecido pelos fabricantes.
"As minivans estão com idade avançada, e as montadoras [Citroën, General Motors e Renault] não conseguem viabilizar a fabricação das novas gerações aqui", explica Marcelo Franco Ferreira, gerente de marketing do produto da VW. "Além disso, as peruas têm o aspecto da jovialidade."
Em 2003, foram vendidas 30.579 unidades da tríade Renault Scénic-Citroën Xsara Picasso-Chevrolet Zafira. As minivans aniquilavam as 464 unidades da Peugeot 307 SW.
Mas as vendas da Scénic despencaram, e mais montadoras enxergam espaço entre as peruas. "Não vemos espaço para mais uma minivan", diz Juliano Rossi Machado, gerente de produto e marketing da Peugeot. "O começo [da 307 SW] foi um teste. Sabíamos que o mercado existia, mas, sem concorrentes, não sabíamos seu tamanho."
Vieram, em 2004, a Toyota Fielder -ameaçada de extinção com a chegada do novo Corolla- e, em 2006, a Renault Mégane Grand Tour. Até 2007, a Fielder era a líder de mercado: foram mais de 8.000 emplacamentos, 2.700 a mais que a Mégane e 3.600 além da Scénic.
Neste ano, a Renault comemora a idade da Fielder, o mesmo veneno que está matando a Scénic. Sua perua se tornou líder de mercado: o placar já está 897 a 703 para a francesa.
A 307 SW fica na "lanterna", com 244 vendas. Segundo Machado, o problema é que não há volume suficiente que justifique sua produção na Argentina, como ocorre com o hatch e o sedã. E seus dias também estão contados: a 308 SW já foi apresentada, e a filial brasileira negocia com a matriz por quanto tempo será produzida.

Status
O gerente da Peugeot observa que o consumidor de peruas busca conforto e status. E é mais fácil ter status a bordo de modelos novos -que ofereçam teto solar de vidro, como a 307 SW, e chave em forma de cartão, como a Mégane Grand Tour- que em "antigos".
Nesse quesito, a Jetta Variant e seu câmbio de seis marchas esperam sair na frente. Ao preço de R$ 91.940, é a mais cara de todas, mas a mais equipada. De série oferece controle de estabilidade e de tração. Em média, tem 30 cavalos a mais.
Dois milímetros mais comprida que o sedã e com um porta-malas 33 litros menor, a perua traz a mais sensor de obstáculos traseiros e rodas de 17 polegadas. (JOSÉ AUGUSTO AMORIM)


O carro foi cedido para avaliação pela VW


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