São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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SALÃO - OPINIÃO

Folha acompanha sete personalidades ao Anhembi; todos elogiam a variedade de modelos, mas optam por carros para o lazer

Esportivos arrebatam a atenção de VIPs

ROSANGELA DE MOURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Carro esportivo é o sonho de consumo de estilista, chef de cozinha e piloto de corrida. Professores de engenharia acreditam no motor híbrido, mas descrevem com deslumbramento modelos para poucos, como o Mercedes-Benz SLR e o Audi Le Mans.
A Folha convidou profissionais de vários segmentos para visitarem o Salão de São Paulo e contarem o que acharam do evento e dos veículos expostos. Todos gostaram da variedade exposta e dos desenhos arrojados apresentados pela primeira vez no Brasil.
O chef francês Marc Le Cornec disse que "é maravilhoso encontrar, dentro de uma área razoavelmente pequena, tantas marcas e tantos carros de sonho" como os que viu no Anhembi. "Além disso, dá para conhecer melhor os modelos que são mais próximos da nossa realidade. Todos nós planejamos trocar de carro hoje ou em pouco tempo."
Sem levar em conta o emocional, Cornec compraria uma Chevrolet Meriva Flexpower porque nela cabe toda a sua família. "Ela é compacta, e acredito que não me deixaria na mão à beira da estrada." Mas ele ficou "admirado" com o Chevrolet Corvette C6.
Porém disse que sentiu falta de acessórios como geladeiras ligadas ao acendedor de cigarro e cestas para sanduíches e bebidas. "Na França, é comum fazer piquenique, e seria interessante que esse hábito existisse no Brasil."

Luz e velocidade
Envolvida com carros por ter escolhido fazer a garagem da Casa Cor 2004, a arquiteta Consuelo Jorge gostou de ver como as montadoras valorizaram os veículos nos mais diversos estilos de estande. Achou que quem mais acertou foi a Mitsubishi. "O espaço é bem "clean", com uma estrutura inclinada que chama a atenção. A pouca luminosidade valorizou o carro de forma interessante."
Ela diz que prefere modelos altos porque passam segurança na cidade e permitem rodar em estradas de terra. "Gosto do design do Mitsubishi Pajero, com a frente meio arredondada e limpa."
Já o estilista Ricardo Almeida escolheria um Mercedes-Benz SLK para colocar na sua garagem, que já tem um Toyota Corolla, um Porsche Targa e três motocicletas. "Achei esse modelo supermoderno e classudo. E ele não é tão ostensivo nem tão caro", afirma.
O estilista descreve o esportivo alemão como um modelo para ser usado mais nos fins de semana, "para curtir a vida". E completa: "Ele tem a opção de ser conversível ou não. É pequeno, ágil, acabou de chegar ao Brasil e poucas pessoas o conhecem."
Giuliano Losacco, piloto da Stock Car, prefere os esportivos tanto para as pistas de corrida como para o dia-a-dia. "Gosto de carro que anda, de turbinas. Adoro o barulho do motor de um Ferrari." Segundo ele, o Audi TT de competição, revestido com fibra de carbono, é tudo o que ele gostaria de acelerar.
Ele também admira os modelos alemães. "Eles têm estilo, design arrojado e motor com bom desempenho. Não sou simpatizante de carros americanos, que são ultrapassados e ruins em curvas."
Paulo César Schettini, coiffeur do salão M.G. Hair Design, gostou do Citroën C3 Pluriel. "Dependendo do meu espírito, prefiro um carro para duas pessoas. Assim não preciso dar carona para ninguém." Ele elogia o fato de o carro assumir quatro configurações e ter cores bem marcantes. Mesmo assim, ele não desiste de ter um Jaguar. "Com dez anos de uso, suas linhas são atuais."

Engenheiros
Com visão mais acadêmica, Marcelo Alves, professor de engenharia automotiva da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), e Ricardo Bock, da FEI (Fundação Educacional Inaciana), apontam que a política energética é o que vai definir o sucesso do carro bicombustível.
"Há pouco tempo, o álcool custava R$ 0,90 e hoje está a quase R$ 1,20. É pouco tempo para esse aumento expressivo, que pode frustrar o projeto do bicombustível", comenta Alves.
Para Bock, o carro híbrido é a tecnologia mais próxima de ser implantada no Brasil. Já a célula de hidrogênio e o carro elétrico ainda devem demorar "uns 30 anos" para se tornarem realidade.
Mesmo elogiando o projeto da Meriva e do Honda Fit, o professor da Poli gostou dos esportivos Mercedes-Benz SLR McLaren e Ford GT. Seu colega Bock confessou a admiração pela tecnologia dos carros-conceito Audi Le Mans e Honda HSC.


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