São Paulo, domingo, 24 de novembro de 2002

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LANÇAMENTO 1

Nas versões notchback e perua, novo modelo da Renault adota cartão que "sente" o motorista e evita furtos

Laguna usa Mãos Livres contra mão-leve

Divulgação
Por meio de um cartão, o carro detecta a presença do motorista; ele também controla as portas e o propulsor


LUÍS PEREZ
ENVIADO ESPECIAL A ITATIBA (SP)

Chega ao país o novo Renault Laguna, modelo que no Brasil será o topo de linha da marca. Nas versões notchback (de porta-malas saliente, mas não tanto quanto um sedã) e perua (chamada Grand Tour), o carro empresta do luxuoso sedã Vel Satis -que não roda por aqui- o sistema Mãos Livres, que detecta automaticamente a presença do motorista portador do Cartão Renault.
Esse cartão, colocado em uma fenda no painel, é responsável por abertura e fechamento das portas e acionamento da partida do motor. O dispositivo inclui bloqueio de ignição diferente dos sistemas que existem hoje no mercado, o que ajuda a evitar furtos.
Outra novidade do Laguna é que sua venda só será realizada pela internet, a um preço competitivo: US$ 40.550 (cerca de R$ 146 mil) na versão notch e US$ 41.950 (pouco mais de R$ 150 mil) para a perua. Isso se levado em conta que os concorrentes são, segundo a própria Renault, veículos do quilate de BMW Série 3 (R$ 205,5 mil), Citroën C5 (R$ 116.5100), Volkswagen Passat (US$ 53.955), Peugeot 406 (R$ 76.140), Audi A4 (R$ 184,1 mil) e Ford Mondeo (US$ 29.270).
Na Europa, seu preço é de aproximadamente 35 mil. Para o Brasil virá a versão Privilège, que, bem equipada, não prevê a escolha de opcionais.

V6
Lançado na França no início de 2001 e apresentado no Salão de São Paulo (outubro último), o novo Laguna começa a ser vendido no próximo mês com motor 3.0 V6 (seis cilindros em "V") de 210 cv (cavalos) de potência, que lhe confere bastante agilidade.
Quem não tiver tanto dinheiro, mas dispuser de paciência, pode aguardar o segundo trimestre de 2003, para quando está prevista a chegada do motor 2.0 de 138 cv que equipa a minivan Scénic.
Um pouco maior que a geração anterior, o Laguna revisitado apresenta bom espaço interno, tanto para os ocupantes como para bagagem -são 430 litros no notch e 480 litros na perua.
De série, há bancos de couro, ar-condicionado digital com comandos para motorista e passageiro, controlador de velocidade, computador de bordo, trio elétrico, rádio com toca-CDs, sensor de estacionamento na traseira (só na versão Grand Tour) e teto solar.
No painel, entre os botões, um aciona uma voz que, em português de Portugal, fala se o motorista esqueceu a porta aberta e se está tudo bem com o carro.

Na pista
Durante o test-drive, realizado entre São Paulo e Itatiba (84 km ao norte da capital), surpreendeu positivamente o comportamento da suspensão, macia e competente ao absorver o atrito com o solo. Por outro lado, incomodaram o barulho do motor e a falta de visibilidade traseira na versão perua.
Quem não se importa -e até gosta- do ronco do motor tem à disposição a condução esportiva permitida pela caixa de transmissão Proactive -pela qual é possível trocar as marchas manualmente-, além da opção de câmbio automático.
Para não fazer feio diante de tantos concorrentes de peso, sobretudo os alemães, o novo automóvel francês sai de fábrica com seis airbags (dois frontais, dois laterais e dois do tipo cortina), sistemas ESP (de estabilidade), AFU (assistência à frenagem de urgência), além dos tradicionais -para automóveis desse segmento, é claro- ABS (antitravamento) e EBV (distribuição eletrônica da força de frenagem).
Seus faróis são de xenônio, aqueles azulados, que aumentam a visibilidade, presentes em modelos de luxo. O design é outro forte do Laguna, que inaugura no Brasil uma tendência que já existe na Europa, de traços marcantes e robustos, mais evidentes no Vel Satis e no novo Mégane (este também sem previsão de vir).
A expectativa da Renault é vender, no próximo ano, 300 unidades do novo Laguna -180 notchbacks e 120 peruas. Seu dólar não deverá ser subsidiado. A tabela deverá ser em reais, a partir da cotação da moeda norte-americana no início do mês da venda.


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