São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 2006

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Sem visibilidade, FJ faz motorista ser visto

Interpretação do modelo feito por 23 anos, Toyota foi desenhado para chamar a atenção até nos detalhes

DO "NEW YORK TIMES"

Perto de Los Angeles, Jonathan Ward e sua mulher, Jamie, têm uma máquina do tempo. A loja deles, a TLC, é onde os leais fãs do Toyota FJ vão para cuidar de seus jipes cansados. Os Ward voltam o relógio e deixam os FJ novos outra vez.
Até parece que trabalham para a Toyota, que passou a fazer uma nova versão do jipe fabricado de 1960 a 1983. Difícil de ser perdido no estacionamento, na selva ou no topo de uma montanha, o FJ é uma das criações mais bizarras da Toyota.
O FJ Cruiser segue a escola retrô do Mini Cooper. Mas, enquanto o Mini parece maior e mais macio que o original, o FJ segue a fórmula só na dianteira, com faróis redondos e grade retangular. A traseira parece a de um veículo de exploração lunar: coluna larga e portas que se abrem ao contrário, mas com janelas que não se mexem.
O interior exibe formatos interessantes em plásticos baratos. O painel abriga bússola, termômetro e inclinômetro. Até o subwoofer e seus detalhes prateados são desenhados para chamar a atenção.
O FJ Cruiser é equipado com um motor 4.0 V6 (seis cilindros em "V") de 239 cavalos. Ele pode ter teto branco e estilo retrô, mas, sob o capô, é bastante moderno. O controle de estabilidade é de série, e há duas transmissões: automática de cinco velocidades ou manual de seis.
A maior fraqueza do FJ é sua visibilidade. Olhando de fora, o vidro traseiro parece invadir a lateral, mas só uma parte é transparente. O estepe na tampa do porta-malas bloqueia a visão -por sorte, a Toyota inclui o sensor de obstáculos no pacote de opcionais mais barato. Trazido por importadores independentes, custa R$ 200 mil no Brasil -nos EUA, parte de US$ 21.910 (R$ 48 mil).

Passado
O FJ Cruiser é, entre os carros "compráveis", um dos poucos com personalidade. Ainda que seja um bom 4x4, o FJ tem no estilo seu ponto forte, mas a onda retrô já provou que os carros devem se sustentar por si próprios. A Ford acertou com o Mustang, mas deixou de produzir o Thunderbird.
A maioria dos carros com design retrô é inspirada em grandes sucessos do passado -o Mini, o Mustang e o Volkswagen New Beetle. No FJ Cruiser, a Toyota põe um viés futurista no passado, e o processo acaba sendo completamente novo.


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