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peças & acessórios
Suspensão e pneu sofrem com buracos nas estradas
Chuva forte "cava" 2.000 novas crateras por dia em São Paulo
FELIPE NÓBREGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Alvarenga e Ranchinho, os
compositores de "São Paulo da
garoa/ São Paulo terra boa" poderiam ter feito mais sucesso se
fossem donos de um centro automotivo especializado em reparos de suspensão e de pneus.
São essas empresas que, indiretamente, faturam alto quando São Pedro dá as caras na capital, especialmente no verão.
De acordo com a prefeitura,
2.000 novos buracos surgem
num dia chuvoso, o dobro do
que os 15 mil quilômetros de
vias asfaltadas "ganham" quando o clima está seco.
A prefeitura argumenta que
tapa cerca de 1.500 buracos por
dia. Afirma também que são as
incursões das concessionárias
de energia elétrica e de gás que
contribuem para o aparecimento de crateras, que afetam
especialmente o sistema de
suspensão e o conjunto de
pneus e rodas dos veículos.
Segundo o advogado Alexandre Leal, "a conta pode ser cobrada do responsável pela via
na Justiça, bastando o vitimado
provar o ocorrido". Para isso, é
necessário fazer um boletim de
ocorrência na delegacia, reunir
três orçamentos do conserto,
fotos do local e testemunhas.
Conserto
Os buracos movimentam
centros automotivos e achacam donos de veículos.
Transitar por vias irregulares
prejudica, no mínimo, o alinhamento e o balanceamento das
rodas. As regulagens, que custam cerca de R$ 80, devem ser
feitas a cada 10.000 km ou
quando o motorista sentir que
o carro "puxa" para um dos lados ou que o volante trepida.
Os pneus, porém, são os mais
afetados pelas depressões.
"Três dias após o lançamento
do novo Honda Fit, em novembro, já tinha registro de troca de
pneu nas lojas", conta Eliel
Bartels, supervisor de engenharia da DPaschoal.
"Muitos pneus têm bolhas,
sinal de que houve alguma fissura interna, que compromete
a segurança", atenta Bartels.
Caso o impacto afete também a roda e os componentes
da suspensão, como bandeja e
amortecedor, o prejuízo pode
superar os R$ 1.700, no caso de
um hatch como o Ford Focus.
Vera Figueiredo, 51, baterista
da banda Altas Horas, da TV
Globo, lembra que foi um desses grandes buracos que arrancou o protetor de cárter do seu
antigo Fiat Uno.
"Por sorte, o motor não foi
danificado, senão o prejuízo tomaria proporções maiores", relata a instrumentista.
Já o mecânico Florisvaldo
Barreto conta que um bueiro
destampado no centro de São
Paulo por pouco não quebrou o
eixo do automóvel que ele testava, que era de um cliente.
"Desviei na última hora. Pior
que o carro tinha ido à oficina
por conta de outro buraco."
As manobras repentinas de
desvio potencializam o risco de
acidentes, mas a maior reclamação do agente financeiro José Francisco Sacarrão, 47, é que
a buraqueira não deixa o toca-CDs reproduzir uma música inteira sem interrupções. "O carro pulava tanto que uma vez o
aparelho deixou de funcionar."
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