GUSTAVO HENRIQUE RUFFO
da Reportagem Local

Dizem que carro 1.0 oferece tudo o que é necessário para rodar na cidade. Mentira, principalmente no que diz respeito ao desempenho. Se ele for um Fiesta GL equipado com um motor 1.0 Zetec RoCam, porém, isso é quase verdade.
O novo motor dá o desempenho satisfatório que faz falta à maioria dos "populares". Só isso, porém, não seria suficiente para ajudar o Fiesta, cujo desenho agradava a poucos.
Esse problema foi resolvido pelo estilo New Edge, originado com o Ka, que foi a base da reestilização parcial que o carro sofreu.
O risco dessa alteração, superficial, é ter vida curta, prejudicando a imagem do carro ao ser substituída, como ocorreu com o Escort. Há alguns indícios, porém, de que isso deve demorar.
A Ford prepara uma versão sedã do carrinho, a primeira desde que ele surgiu na Europa, em 1976, com frente exatamente igual à que chega agora ao mercado.
Nos testes realizados pela Folha e pelo Instituto Mauá de Tecnologia, o Fiesta surpreendeu pelo baixo consumo na estrada.

Pontos cegos
Em um teste feito em fevereiro de 1997, o Fiesta foi de 0 a 100 km/h em 22,37 s. No realizado para esta edição, ele reduziu essa marca para 16,41 s.
As relações de marchas casam muito bem com as características do motor, que tem a maior parcela de sua força, ou torque, em baixa rotação. As três primeiras marchas dão agilidade no trânsito.
Isso acaba tendo um preço no consumo urbano, relativamente alto para a categoria: 11,45 km/l. O Ka, com o mesmo motor, mas bem mais leve, fez 12,79 km/l.
A quarta e a quinta são mais longas, favorecendo a condução na estrada e o baixo consumo, comprovado pelos testes: o carro é o campeão do ano, com a marca de 20,29 km/l nesse circuito.
A versão avaliada, a Class, com todos os opcionais disponíveis, peca no que deveria ter de mais atraente: o preço.
Por R$ 19.419,99, valor de tabela desse modelo, é possível comprar um Mondeo GLX 96, um Omega CD 95 ou um Golf GLX 97.
A versão "pelada" cinco portas vai sair por R$ 14.489,99. Entre os "populares", só o Gol é mais caro.
Seu porta-malas, o menor do segmento (20 litros menor que o do Fiat Mille), deveria ter sido aumentado. Embora não tenha regulagem de altura, o volante está bem posicionado, assim como os comandos dos vidros elétricos, colocados no apoio de braço das portas dianteiras. Não há vidros elétricos nas portas traseiras.
Os retrovisores são o ponto mais negativo. Pequenos demais, eles têm pontos cegos perigosos.


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