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Mito ou verdade
Teste Folha-Mauá com Fiat Doblò mostra piores consumo
e desempenho quando ele está carregado, com pneu murcho
e ar ligado
RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Muitos aproveitam o feriado do Carnaval para pegar a
estrada. A maioria dos motoristas, porém, não faz ideia
de como muda o comportamento do carro sob carga.
Para derrubar mitos, o teste Folha-Mauá comparou o
comportamento de um mesmo veículo vazio em cinco condições distintas separadamente: vidros
abertos, ar-condicionado ligado, pneus murchos (dez libras a menos), com baú no
teto e carregado -490 kg, o
equivalente a cinco pessoas e
cinco malas grandes (com galões de água e
sacos de areia distribuídos pelo carro).
A escolhida para o teste foi
a Fiat Doblò Adventure, com
o novo motor 1.8 E.torQ (até
132 cv), versátil o suficiente
para todas as provas.
Com o ar-condicionado
ligado, ela consumiu mais
álcool na cidade e na estrada.
No ciclo urbano, caiu de 7,1
km/l para 5,4 km/l.
"Seu funcionamento é
mantido pelo motor, que precisa gerar mais energia queimando mais combustível",
explica Ricardo Bock, professor de engenharia automotiva da FEI (Fundação Educacional Inaciana).
CORAÇÃO DE MÃE
E tenha cautela com a filosofia de que carro para viajar
é como coração de mãe. Com
490 kg, o carro também "bebeu" mais, rendendo 1 km a
menos por litro, e ainda ficou
até 5s mais lento do que o carro vazio na retomada de 80
km/h a 120 km/ h, a mais comum nas estradas.
"O motor tem de fazer um
esforço extra para empurrar
mais peso. A queima fica
menos eficiente, e o carro,
mais lento", avalia Bock.
Com os vidros abertos, a
maior interferência foi no desempenho e na frenagem. A retomada foi 1s mais lenta e, a 100 km/h, a Doblò precisou de
2,5 km a mais para parar.
"A maioria dos carros possui uma aerodinâmica melhor com os vidros fechados.
Com os vidros abertos, perde-se a forma contínua lateral da superfície do carro,
criando uma cavidade que
induz a vórtices e pulsações,
além de aumentar o arrasto
aerodinâmico", explica o
professor Fernando Martini
Catalano, coordenador do
curso de engenharia aeronáutica da USP São Carlos.
Com os pneus murchos, o
cenário é ainda pior.
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