São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 2011

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Mito ou verdade

Teste Folha-Mauá com Fiat Doblò mostra piores consumo e desempenho quando ele está carregado, com pneu murcho e ar ligado

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Muitos aproveitam o feriado do Carnaval para pegar a estrada. A maioria dos motoristas, porém, não faz ideia de como muda o comportamento do carro sob carga.
Para derrubar mitos, o teste Folha-Mauá comparou o comportamento de um mesmo veículo vazio em cinco condições distintas separadamente: vidros abertos, ar-condicionado ligado, pneus murchos (dez libras a menos), com baú no teto e carregado -490 kg, o equivalente a cinco pessoas e cinco malas grandes (com galões de água e sacos de areia distribuídos pelo carro).
A escolhida para o teste foi a Fiat Doblò Adventure, com o novo motor 1.8 E.torQ (até 132 cv), versátil o suficiente para todas as provas.
Com o ar-condicionado ligado, ela consumiu mais álcool na cidade e na estrada. No ciclo urbano, caiu de 7,1 km/l para 5,4 km/l.
"Seu funcionamento é mantido pelo motor, que precisa gerar mais energia queimando mais combustível", explica Ricardo Bock, professor de engenharia automotiva da FEI (Fundação Educacional Inaciana).

CORAÇÃO DE MÃE
E tenha cautela com a filosofia de que carro para viajar é como coração de mãe. Com 490 kg, o carro também "bebeu" mais, rendendo 1 km a menos por litro, e ainda ficou até 5s mais lento do que o carro vazio na retomada de 80 km/h a 120 km/ h, a mais comum nas estradas.
"O motor tem de fazer um esforço extra para empurrar mais peso. A queima fica menos eficiente, e o carro, mais lento", avalia Bock.
Com os vidros abertos, a maior interferência foi no desempenho e na frenagem. A retomada foi 1s mais lenta e, a 100 km/h, a Doblò precisou de 2,5 km a mais para parar.
"A maioria dos carros possui uma aerodinâmica melhor com os vidros fechados. Com os vidros abertos, perde-se a forma contínua lateral da superfície do carro, criando uma cavidade que induz a vórtices e pulsações, além de aumentar o arrasto aerodinâmico", explica o professor Fernando Martini Catalano, coordenador do curso de engenharia aeronáutica da USP São Carlos.
Com os pneus murchos, o cenário é ainda pior.


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