São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 2011

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Frenagem é prejudicada por pneus murchos

Carro leva mais tempo para parar, e consumo de combustível aumenta

Esvaziado, pneu facilita o travamento e ABS "atrasa" a frenagem; carga no teto requer caixa aerodinâmica


Ivan Ribeiro/Folhapress
A 100 km/h e com 10 libras a menos, Doblò precisou de 5,6 m a mais para frear

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na pista, mais surpresas aguardavam a Doblò. O resultado revelou que descuidos aparentemente simples produzem efeitos capazes de causar acidentes graves.
No teste do pneu murcho, cada um recebeu dez libras a menos do que o recomendado pelo fabricante. Em todas as provas os resultados foram piores do que os do carro em condições normais.
A frenagem foi a mais afetada. Com os pneus murchos e a 100 km/h, a Doblò levou 58,7 m para parar -5,6 m a mais que no teste feito com os pneus na calibração certa. Diferença suficiente para causar colisões na estrada.
"Murcho, o pneu tem uma área de contato com a pista maior do que deveria, facilitando o travamento das rodas. Com isso, o ABS é acionado, liberando e freando alternadamente as rodas, o que aumenta a distância de frenagem", explica Hiussen Guilherme de Favari, do Instituto Mauá de Tecnologia.
"A falta de pressão também faz com que o ombro do pneu encoste no chão, em vez da banda de rodagem, formando um "W", reduzindo a estabilidade e a capacidade de frenagem do veículo", diz.
Os pneus murchos também fizeram a Doblò rodar um km a menos por litro.
"Com uma área de contato maior, há mais atrito na rolagem, elevando o esforço do motor e o consumo", explica Ricardo Bock, da engenharia automotiva da FEI (Fundação Educacional Inaciana).

CARGA NO TETO
O teste Folha-Mauá também comparou o desempenho da Doblò com 50 kg de carga, armazenada em um bagageiro fixado no rack do teto. O veículo ficou até 2,5s mais lento e bebeu mais combustível -também fez cerca de 1 km/l a menos.
Mesmo com o compartimento recomendado pelos especialistas, o carro perdeu desempenho. Amarrar a carga em caixas ou galões, por exemplo, poderia ter levado a resultados ainda piores.
O professor Fernando Martini Catalano, coordenador do curso de engenharia aeronáutica da USP São Carlos, recomenda evitar o transporte de bagagem no teto.
"Racks e bagagem sobre o teto do veículo aumentam muito o arrasto. Consequentemente, o carro fica mais lento e consome mais combustível. Se forem mesmo necessários, devem ser colocados com área frontal mínima e pouca altura", ressalta.
(RICARDO RIBEIRO)

A Fiat cedeu a Doblò para teste

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
; 0/xx/11/4239-3092


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