São Paulo, domingo, 28 de fevereiro de 2010

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O melhor lugar é ao volante

DO ENVIADO ESPECIAL

O rabecão ronca forte já na primeira acelerada, como se quisesse acordar o morto. O frio na espinha passa logo ao lembrar que, nesta viagem, não há caixões a bordo.
Apenas o motor original da 300C Touring sob o capô. Um Hemi V8 (oito cilindros em "V") de 5.7 litros, que entrega 340 cv de potência.
Mesmo com mais de duas toneladas, o rabecão não leva uma eternidade para chegar aos 100 km/h, mas é lento. Melhor assim, é um carro para desfilar sem pressa.
As bandeirinhas no capô tremulam orgulhosas, e o Funeral Car chama a atenção por onde passa. Quem é vivo entorta o pescoço e saca o celular com câmera.
Os curiosos pensam que é uma limusine levando uma celebridade. Mas os adesivos da funerária e a frase "esteja em paz" transformam sorrisos em caras de espanto.

Suspensão de R$ 11 mil
A boa dirigibilidade e o comportamento dinâmico do carro surpreendem. Mérito da suspensão a ar encomendada por R$ 11 mil, com regulagem individual das rodas 22", calçadas por pneus de perfil baixo 265/35.
Já os freios exigem muita pressão no pedal para conter o peso extra da carroceria.
Pior, só o malabarismo para manobrar o carro de oito metros de comprimento. As curvas exigem cautela, e os movimentos precisam ser cuidadosamente calculados.
Sem visibilidade, o retrovisor foi substituído por um monitor que exibe a imagem de uma câmera na traseira. E, mesmo que ela não mostre o caixão, fica aquela sensação de que alguém irá saltar lá do fundo do rabecão. (RR)


O Grupo Bom Pastor cedeu o Funeral Car 300 C para avaliação


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