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O melhor lugar é ao volante
DO ENVIADO ESPECIAL
O rabecão ronca forte já na
primeira acelerada, como se
quisesse acordar o morto. O
frio na espinha passa logo ao
lembrar que, nesta viagem,
não há caixões a bordo.
Apenas o motor original da
300C Touring sob o capô.
Um Hemi V8 (oito cilindros
em "V") de 5.7 litros, que entrega 340 cv de potência.
Mesmo com mais de duas
toneladas, o rabecão não leva
uma eternidade para chegar
aos 100 km/h, mas é lento.
Melhor assim, é um carro
para desfilar sem pressa.
As bandeirinhas no capô
tremulam orgulhosas, e o
Funeral Car chama a atenção
por onde passa. Quem é vivo
entorta o pescoço e saca o
celular com câmera.
Os curiosos pensam que é
uma limusine levando uma
celebridade. Mas os adesivos
da funerária e a frase "esteja
em paz" transformam sorrisos em caras de espanto.
Suspensão de R$ 11 mil
A boa dirigibilidade e o
comportamento dinâmico
do carro surpreendem. Mérito da suspensão a ar encomendada por R$ 11 mil, com
regulagem individual das rodas 22", calçadas por pneus
de perfil baixo 265/35.
Já os freios exigem muita
pressão no pedal para conter
o peso extra da carroceria.
Pior, só o malabarismo para manobrar o carro de oito
metros de comprimento. As
curvas exigem cautela, e os
movimentos precisam ser
cuidadosamente calculados.
Sem visibilidade, o retrovisor foi substituído por um
monitor que exibe a imagem
de uma câmera na traseira.
E, mesmo que ela não mostre
o caixão, fica aquela sensação
de que alguém irá saltar lá do
fundo do rabecão.
(RR)
O Grupo Bom Pastor cedeu o Funeral
Car 300 C para avaliação
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