São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998

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FÉRIAS SOBRE RODAS
Grand Cherokee encarou estrada de terra de Monte Verde (MG) a Joanópolis (SP)
Jipão encurta distância até cachoeira

PATRÍCIA TRUDES DA VEIGA
enviada especial a Monte Verde (MG)

Uma estradinha de terra sinuosa e esburacada, que não consta no mapa, liga a cidadezinha européia de Monte Verde (MG), refúgio de inverno dos paulistanos, dos 154 metros de queda da cachoeira dos Pretos, em Joanópolis (SP).
Não é o único caminho, mas, além de ser o mais curto (51,5 km), foi o escolhido pela Folha por ser o habitat do jipão Grand Cherokee, objeto do desejo de 10 entre 10 brasileiros com pretensões de explorar trilhas fora-de-estrada.
Nem é preciso dizer que ele tirou de letra todos os obstáculos que vieram pela frente. E foram muitos: lama, buracos, pedras, subidas e descidas íngremes. Melhor: não deixou de lado a agilidade e o conforto de um carro urbano.
A paisagem dessa trilha é única: um tapete verde pontilhado por araucárias e montanhas cobertas por uma névoa densa. Vez por outra, o motorista tem de parar para dar passagem a inusitados "pedestres": galinhas, porcos e vacas.

Três horas
A trilha Monte Verde-Joanópolis pode ser feita sem problemas com qualquer carro com tração 4x4 (veja mapa). Sem pressa e com curtas paradas para fotografar a paisagem, completa-se o percurso em aproximadamente três horas.
Não há infra-estrutura entre os kms 12,4 e 35,7 -os mais bonitos, por sinal. Em caso de emergência, os únicos recursos são as fazendas e as casinhas de colonos. A partir do km 45,2, bares e restaurantes aparecem com frequência.
No km 38, o motorista encontra uma bifurcação: à esquerda, o caminho leva ao escondido hotel Ponto de Luz, uma espécie de spa místico; à direita, a uma das maiores quedas-d'água do Estado de São Paulo: a cachoeira dos Pretos.
O local abriga um restaurante -bastante popular- e um barzinho abastecido com cervejas, refrigerantes, petiscos e sorvetes. Também há churrasqueiras espalhadas ao lado do rio que se forma após os 154 metros de queda.
De Joanópolis, dá para voltar para São Paulo pelas rodovias D. Pedro-Anhanguera ou Fernão Dias.

Pedras
Antes, ainda em Monte Verde, vale a pena percorrer todos as trilhas que levam às pedras Redonda, Rachada, Chapéu do Bispo e Selada, que proporcionam visões fantástica do Vale do Paraíba.
As estradas que dão acesso às trilhas são ruins, e só jipões e picapes chegam ilesos até o final.
Depois, é perna pra que te quero: de uma a três horas de caminhada. No retorno, é quase impossível resistir a um dos restaurantes da região. Ali, o "problema" será escolher entre os pratos das cozinhas mineira, alemã ou italiana.
Não vá embora sem experimentar a truta com amêndoas do restaurante Bavária, o café colonial do Myosotis e as prímulas do Gressoney, todos bem no centro.
Mais afastado fica o Meisser-Holf, o melhor hotel desse pedaço europeu de Minas Gerais. Faz parte do Roteiro do Charme, uma seleção de hotéis únicos, e por isso dispensa maiores comentários.
O quarto é confortável e tem a indispensável lareira: o termômetro despenca para menos de 0 de madrugada. Piscina aquecida e hidromassagem ajudam no descanso merecido após tantas trilhas.


Patrícia Trudes da Veiga, editora de Suplementos, viajou em um jipão cedido pela Chrysler.


Onde ficar - Monte Verde: hotel Meisser-Holf, r. da Pedra, 2, tel. (035) 438-1515. Diárias (mínimo de cinco, em julho): R$ 145 (casal) e R$ 235 (casal com dois filhos), com café da manhã.
Joanópolis: hotel Ponto de Luz, estrada para o Cancan, tel. (011) 7869-9382. Diárias (mínimo de duas): R$ 164 (casal) e R$ 244 (casal com dois filhos), com pensão completa.



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