|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Vila Velha vale por cenário, estrada e Curitiba
LUÍS PEREZ
enviado especial a Ponta Grossa (PR)
Na ida, Perna Quebrada. Na volta, Braço Feio. Não, não é uma aula de anatomia, mas de geografia.
Esses são nomes de rios com os
quais a reportagem da Folha, a
bordo de uma picape L200 4x4,
cruzou no trajeto entre São Paulo
e o Parque Estadual de Vila Velha.
E fazer a viagem com essa picape
é bem menos cansativo do que parece em princípio.
A sugestão é dar uma parada em
Registro (SP), outra em Curitiba
(PR), passear pela cidade-modelo,
para depois pegar a rodovia do Café até Ponta Grossa.
Embora a rodovia Régis Bittencourt seja federal, a impressão é de
que o lado paulista é todo esburacado e mal sinalizado, e o paranaense, um verdadeiro tapete.
Mas tapete mesmo, coisa de Primeiro Mundo, é a rodovia do Café
-impossível não se encantar, a
caminho de Ponta Grossa, com
Vila Velha no crepúsculo de uma
tarde de primeiro dia de inverno.
A paisagem de Campos Gerais, à
beira do caminho, mesmo vista da
estrada, é maravilhosa.
Embora a L200 tenha ar-condicionado, esqueça. Prefira o ar puro de um dia friozinho e ensolarado. Esqueça ainda a tração 4x4 -o
parque não permite entrada de
carros, embora o cenário seja semelhante ao de rali.
Formações rochosas
O parque, famoso por suas formações rochosas, fica no meio do
caminho entre Curitiba e Ponta
Grossa, a 22 km desta última. O
negócio é se hospedar em Ponta
Grossa -a reportagem ficou no
Vila Velha Palace Hotel (tel.
042/225-2200), onde há jornais logo de manhã e um atendimento de
primeira-, acordar cedinho
-não há mesmo o que fazer na
cidade à noite- e curtir o parque.
Suas origens estão no período
carbonífero, há cerca de 350 milhões de anos. Fenômenos geológicos depositaram no local muita
areia. As massas de gelo se deslocavam e causavam erosão. Com o
degelo, tudo ficou na superfície, as
águas retrabalharam os depósitos
e originaram o arenito.
Expostos à chuva e ao vento, as
formações -dizem que o local era
submerso pelas águas do mar- ficaram com feições de taça, camelo, bota, esfinge, cabeça de gorila,
baleia, entre outras.
Há ainda animais (de verdade)
amistosos -gralhas-amarelas,
que não se assustam com as pessoas, e quatis, que sobem pela perna do visitante para comer.
Um fim-de-semana é pouco para
conhecer as maravilhas naturais
que oferece o interior do Paraná.
Reserve pelo menos três para
passear pelas furnas (crateras circulares com água) e lagoa Dourada (ligada às furnas, com várias espécies de peixe).
Luís Perez, editor interino do Tudo, viajou em
uma picape cedida pela Mitsubishi
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|