DA REDAÇÃO

No futuro, o rádio do carro não vai só tocar música. Ele vai fazer barulho, e o motorista vai gostar. Segundo o professor José Roberto de França, da Unicamp, os rádios poderão ser usados para emitir ruídos em certa frequência com o objetivo de anular outro barulho.
Os mais variados barulhinhos podem irritar motoristas e passageiros. O nível de estresse vai depender de cada um -o que é considerado irritante é subjetivo, varia de pessoa para pessoa. A psicoacústica tenta definir isso a partir de números e de impressões pessoais.
Voluntários são expostos a ruídos variados e indicam quais são os mais desconfortáveis. Computadores produzem planilhas com as frequências, misturando números objetivos da máquina com julgamentos subjetivos das pessoas.
A experiência mostra que mesmo carros luxuosos não são imunes aos "grilos", como são também conhecidos os incômodos barulhinhos. Vitorino Martins Junior, 43, proprietário da Gold Car, oficina especializada em retirar ruídos e em conserto de teto solar, declara que o "pavimento ordinário" das estradas do país faz até veículos de ponta chacoalharem.
Oswaldo David Pereira, 42, dono de outra oficina, a Nocricket, diz que de 60% a 70% de sua clientela tem carros mais sofisticados. "Eles são mais exigentes."
De acordo com Martins Junior, o problema dos "populares" é o excesso de plásticos. Outros carros que sofrem são os blindados, porque têm de ser desmontados para ganhar a proteção.
Veículos que recebem acessórios, como som e ar-condicionado, também estão sujeitos ao problema, porque a fiação é deixada sem isolamento.



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