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São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2003

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SEGURANÇA

Automóveis prateados são 50% mais seguros do que os brancos, mostra levantamento na Nova Zelândia

Cor prata tem menos acidente, diz pesquisa

DA REDAÇÃO

Uma pesquisa divulgada pela British Medical Association (Associação Médica Britânica) contradiz o que o senso comum e até a ciência sabem sobre acidentes de carros. O levantamento estabeleceu uma relação entre cores de veículos e desastres graves.
Diferentemente do que outras pesquisas indicavam, as cores mais vibrantes, como o vermelho, não são necessariamente as mais seguras, dizem os pesquisadores.
A conclusão é que os veículos de tonalidade prata têm 50% menos chances de se envolverem em acidentes do que os brancos.
A pesquisa, tornada pública neste mês pela revista médica britânica "British Medical Journal", teve os dados de 567 acidentes coletados em Auckland (Nova Zelândia), entre abril de 1998 e junho de 1999.
O levantamento levou em conta exclusivamente eventos nos quais um ou mais dos ocupantes do carro foram internados em hospitais ou morreram. Os dados foram registrados em estradas rurais e urbanas.
Nos acidentes pesquisados nessas circunstâncias, os automóveis brancos lideraram, com 145 casos (25,6% do total), seguidos dos azuis, com 91 ocorrências (16,1%) e dos vermelhos, que se envolveram em 85 acidentes graves (15% do geral). Os veículos de tonalidade prata ficaram em último lugar, com 30 casos ou 5,3% do total (veja quadro ao lado).

Controle
Para evitar que a pesquisa fosse distorcida em razão da quantidade maior ou menor de cores de carro em circulação (se houver muitos veículos brancos e poucos com tom prata, é natural que os primeiros se envolvam mais em acidentes), os pesquisadores também levantaram o percentual de matizes existentes nas estradas daquela região da Nova Zelândia.
Esse novo dado só reforçou as primeiras observações. O percentual de carros brancos se manteve na mesma faixa (25,9%). A proporção de carros prata, diferentemente, dobrou: foi de 5,3% para 11,3%. Quer dizer, há mais carros dessa tonalidade e, mesmo assim, eles se envolvem menos em acidentes considerados graves.
Os pesquisadores também fizeram outro cruzamento para verificar demais fatores de risco além das cores. Foram levados em conta as seguintes variáveis: idade do motorista, sexo, nível educacional, origem étnica, uso de álcool e drogas, emprego de cinto de segurança, tempo médio passado ao volante numa semana, velocidade, ano do modelo, potência do motor, tipo de estrada, condições do tempo e período em que aconteceu o acidente (dia ou noite).
Mesmo com esses elementos considerados, os pesquisadores afirmam que os carros prata são 50% mais seguros do que os brancos. Eles admitem, no entanto, que outros fatores podem interferir nos acidentes e que a possibilidade de generalizar esses resultados "está aberta à discussão".

No Brasil
A assessoria de imprensa da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) informa que as companhias seguradoras do Brasil não fizeram nenhuma pesquisa que relacione cores e acidentes.
Segundo a assessoria da seguradora Porto Seguro, a empresa já realizou anteriormente estudos que associam as cores a furtos e roubos de veículos, mas não tem levantamento sobre acidentes.
Quanto às cores dos carros mais furtados ou roubados, a Porto Seguro diz que não divulga os resultados por serem considerados material "estratégico". (APF)


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