São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2008

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teste Folha-Mauá

Racionalidade coloca 307 Sedan à frente de Linea

Fiat e Peugeot vendem pouco; 307 oferece custo/benefício e performance
Marcelo Justo/Folha Imagem
Com porta-malas do tamanho do do Siena, o Linea (à esq.) leva 15 l a menos que o 307 (à dir.)

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS

A chance de qualquer motorista ser abordado por um vendedor da "boca", no centro de São Paulo, é quase certa -mesmo depois da crise que derrubou a venda de carros. Mas ele passará incólume se estiver a bordo de um Fiat Linea.
Isso não acontece porque o Honda Fit que trafega atrás está mais bem conservado. O problema é que o principal lançamento da Fiat em 2008 não emplacou como a fábrica esperava -e a fez até mudar o discurso, dizendo que ele não foi criado para brigar com os líderes Honda Civic, Toyota Corol- la e Chevrolet Vectra.
No lançamento para a imprensa, em setembro, os três sedãs foram usados para mostrar como o Linea era bem equipado e custava menos.
"Os primeiros resultados são bons, considerando o atual momento do mercado. A procura nas concessionárias tem sido boa. Vale lembrar que temos um cenário de fortes descontos da concorrência", diz Lélio Ramos, diretor comercial da Fiat.
Enquanto o Honda Civic fica, em 2008, com uma média mensal de 5.500 unidades vendidas, e o Toyota Corolla mantém os 3.600 carros, o Linea fica com 600 emplacamentos. Encontra, na lanterna das vendas, o Peugeot 307 Sedan, com uma média mensal de 300 vendas.
O 307 agora é equipado com motor 2.0 bicombustível -um benefício herdado da versão hatch, que, por sua vez, ganha sobrevida ao aceitar álcool também, enquanto o 308 não passa a ser feito na Argentina, algo que deve ocorrer em 2009.
A Fiat tem razão ao dizer que seu sedã é bem equipado. De série, o Linea oferece airbag duplo, direção hidráulica, ar-condicionado, toca-CDs com MP3, trio elétrico e freios a disco com ABS (antitravamento).
O 307 traz tudo isso -e bancos de couro, teto solar, EVA (assistência de frenagem de emergência) e REF (distribuição eletrônica da frenagem).
A diferença aparece no preço, claro. Enquanto o Linea custa R$ 60.372, o 307 tem preço de R$ 66,1 mil. Mas as contas mostram que uns R$ 5.000 são do câmbio. A Fiat optou por uma caixa automatizada; a Peugeot, por uma automática legítima.
Isso quer dizer que as trocas são mais suaves no 307 -é comum sentir trancos a bordo do Linea. Na pista, o câmbio do Peugeot e seu motor até 19 cv (cavalos) mais potente o colocam à frente do sedã da Fiat. Os freios também se mostram mais eficiente, de acordo com o teste Folha-Mauá.

Perdido
O 307 Sedan, porém, cobra seu preço não apenas no valor de tabela. Ele consome mais álcool -faz 1 km/l a menos que o Linea na cidade- e gasolina -1,5 km/l no mesmo percurso urbano. Já nos trajetos rodoviários, a vantagem do Linea fica entre 1 km/l e 1,3 km/l.
Até parece que o 307 fica rodando a esmo enquanto não acha seu caminho no mercado brasileiro. A Fiat bate no peito para dizer que o Linea é o primeiro carro a ter navegador integrado ao painel.
Sua operação não é tão fácil -não adianta programá-lo dentro de uma garagem, por exemplo-, e as indicações não são tão precisas. O sistema custa R$ 1.842 e vem com a tecnologia Bluetooth, que pode ser vendida separadamente por R$ 756. É de série no 307.
O Peugeot não precisa de GPS para mostrar que é uma opção melhor do ponto de vista da relação custo/benefício e do desempenho. Mas, se sua preocupação é mostrar o carro para o vizinho, o Linea pode se destacar. Resta saber se o vizinho vai se interessar por ele.


Os carros foram cedidos para teste pelas montadoras

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092


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