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Medo de IPI subir no dia 1º alavanca vendas
Este mês será o melhor março da história, com 240 mil unidades
FELIPE NÓBREGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O clima de suspense do governo acerca da prorrogação da
redução do IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados)
causou uma corrida às lojas.
Segundo a Fenabrave (federação das revendas), na primeira quinzena deste mês, a indústria registrou um crescimento
de 5% (118.414 unidades emplacadas) em relação ao mesmo
período de 2008.
Se as vendas apenas continuarem assim, será o melhor
março da história da indústria,
com cerca de 240 mil unidades.
Mas revendedores já afirmam que a alta nas vendas chegou a 30% nesta última semana
-em tese, o IPI voltará ao normal na próxima quarta-feira.
Alguns executivos de montadoras dizem acreditar na prorrogação da isenção nos meses
de abril, maio e junho, mas o
ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) explica por que
optou pelo tom misterioso.
"Sou contra a prorrogação e,
se fosse a favor, não diria. Estaria desestimulando as vendas."
O ministro declarou que,
após a publicação da notícia da
prorrogação -antecipada pela
Folha no dia 4-, ele recebeu
reclamações de queda nas vendas das concessionárias. As
pessoas teriam deixado para
comprar o carro mais tarde.
Contagem regressiva
E não foi por falta de anúncios das montadoras. A maioria
promove uma espécie de contagem regressiva para o fim do
benefício. O tradutor João Moris, 51, não quis arriscar.
"Recorri a um financiamento
para antecipar a compra do
Ford Fiesta. Poderia comprá-lo
à vista nos próximos meses."
Para Ricardo Nosella, gerente da Faria Veículos, tem muito
consumidor optando por levar
um carro de configuração diferente da pretendida para aproveitar o desconto do imposto,
que chega a 7% do valor, no caso dos "populares".
O presidente da Volkswagen,
Thomas Schmall, que considera indispensável a prorrogação,
prevê, entretanto, que o impacto de uma possível manutenção
do desconto do imposto não teria o mesmo efeito nesta segunda fase do plano.
Schmall calcula que as vendas anuais devam ficar 5% abaixo do registrado no ano passado. Nos Estados Unidos, por
exemplo, essa retração deve superar os 40%.
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