São Paulo, domingo, 29 de março de 2009

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Medo de IPI subir no dia 1º alavanca vendas

Este mês será o melhor março da história, com 240 mil unidades

FELIPE NÓBREGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O clima de suspense do governo acerca da prorrogação da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) causou uma corrida às lojas.
Segundo a Fenabrave (federação das revendas), na primeira quinzena deste mês, a indústria registrou um crescimento de 5% (118.414 unidades emplacadas) em relação ao mesmo período de 2008.
Se as vendas apenas continuarem assim, será o melhor março da história da indústria, com cerca de 240 mil unidades.
Mas revendedores já afirmam que a alta nas vendas chegou a 30% nesta última semana -em tese, o IPI voltará ao normal na próxima quarta-feira.
Alguns executivos de montadoras dizem acreditar na prorrogação da isenção nos meses de abril, maio e junho, mas o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) explica por que optou pelo tom misterioso.
"Sou contra a prorrogação e, se fosse a favor, não diria. Estaria desestimulando as vendas."
O ministro declarou que, após a publicação da notícia da prorrogação -antecipada pela Folha no dia 4-, ele recebeu reclamações de queda nas vendas das concessionárias. As pessoas teriam deixado para comprar o carro mais tarde.

Contagem regressiva
E não foi por falta de anúncios das montadoras. A maioria promove uma espécie de contagem regressiva para o fim do benefício. O tradutor João Moris, 51, não quis arriscar.
"Recorri a um financiamento para antecipar a compra do Ford Fiesta. Poderia comprá-lo à vista nos próximos meses."
Para Ricardo Nosella, gerente da Faria Veículos, tem muito consumidor optando por levar um carro de configuração diferente da pretendida para aproveitar o desconto do imposto, que chega a 7% do valor, no caso dos "populares".
O presidente da Volkswagen, Thomas Schmall, que considera indispensável a prorrogação, prevê, entretanto, que o impacto de uma possível manutenção do desconto do imposto não teria o mesmo efeito nesta segunda fase do plano.
Schmall calcula que as vendas anuais devam ficar 5% abaixo do registrado no ano passado. Nos Estados Unidos, por exemplo, essa retração deve superar os 40%.


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