São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2004

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TECNOLOGIA

Astra ganha versão Multipower, que aceita GNV, álcool e gasolina; troca para gás é feita por chave no painel

Depois do bi, GM aposta no tricombustível

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A INDAIATUBA

Engenheiros e diretores da General Motors estão eufóricos. Em parceria com a Bosch e a Rodagás, a montadora lançou o primeiro modelo tricombustível do Brasil. O Chevrolet Astra Sedan ganhou a versão Multipower, que pode ser abastecida com álcool, gasolina ou GNV (gás natural veicular).
Na verdade, a comemoração tem um gostinho de vingança. No ano passado, a Volkswagen surpreendeu o mercado ao lançar o Gol Total Flex, o primeiro bicombustível de fábrica, ao comemorar seus 50 anos no Brasil.
Porém a marca alemã deve lançar o seu tricombustível daqui a, no máximo, 18 meses, mas a Bosch já fez testes com um Polo. "Tivemos pressa porque a concorrência estuda produtos semelhantes", confessa Ari Kempenich, gerente de marcas da GM.
O que todos querem é atingir um mercado que cresce cada vez mais. Com uma frota convertida a gás estimada em 700 mil carros, o Brasil só fica atrás da Argentina no ranking mundial -no Estado de São Paulo, são 35 mil veículos. Até o fim de 2005, calcula-se que sejam 1 milhão no país.
A oferta crescente de gás natural mostra bem esse interesse. Na capital, hoje são 118 postos de GNV, número que cresceu aproximadamente 520% desde 2000. Ao todo, há 103 cidades abastecidas em dez Estados diferentes.
"É uma tecnologia a que o público vai ter de se acostumar", afirma Marcos Munhoz, diretor-geral de marketing e vendas. Ele afirma que, por enquanto, não haverá campanha de massa: o objetivo é vender 250 unidades por mês, em especial a taxistas e frotistas. Como não há limite de fabricação, o número pode crescer se houver demanda, mas é preciso esperar até quatro semanas.

Acordos
O que já acontecia no Brasil era que as montadoras escolhiam os modelos prediletos dos profissionais e permitiam que eles fossem adaptados ao uso de gás sem a perda de garantia. Isso acontece com o Astra a álcool e o Volkswagen Santana. Também já valeu para o antigo Fiat Siena 1.8.
O Astra já contava com o apoio da Rodagás, mas a conversão era apenas com o motor 1.8 a álcool. Pode-se dizer que ele é o percursor do Multipower: tem dois cilindros que somam 16 m3 de capacidade e uma chave comutadora no painel que define qual combustível será queimado. No caso do Multipower, quem comprar com só um cilindro e se arrepender pode instalar o segundo depois.
Para o Santana 1.8 (a álcool ou a gasolina), a parceria foi entre a Volkswagen e a White Martins. Em São Paulo, o cilindro de 15 m3 pode ser colocado apenas na autorizada Sabrico e custa R$ 3.250. Se a garantia de fábrica não tiver acabado, o motorista pode fazer a transformação sem problema. Há também estudos para homologar a Kombi a gás natural.
A Fiat abandonou o projeto de GNV no Siena novo, lançado em fevereiro deste ano com motor bicombustível. A diferença é que antes o sedã saia da linha de produção com predisposição para instalação do kit. Mesmo assim, quem tiver o modelo pode procurar a Biogás para comprar o kit. A capacidade do cilindro, de 14 m3, é a menor de todas.


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