São Paulo, domingo, 29 de novembro de 2009

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A 280 km/h, RS6 "flutua" e parece que vai decolar

Nem suspensão esportiva segura o sedã de duas toneladas no chão

DA REDAÇÃO

Passado o agradável susto do primeiro contato com o Audi RS6, chega a hora de ver do que ele é capaz numa reta de quase dois quilômetros sem cachorro, poste, quebra-molas ou sinal para atrapalhar a brincadeira.
Os pneus já estão quentes de tanto "rugar" o asfalto nas arrancadas, e o ponteiro indica meio tanque de combustível -só rodou 85 quilômetros.
No centro do painel, o computador de bordo acusa algo em torno de 2,1 km/l. Isso mesmo, não está errado. Faça as contas: se o tanque todo tem 80 litros, o RS6 rodaria no máximo outros 75 quilômetros.
Pois eles foram explorados ao máximo. Cada centímetro da pista assistiu ao Audi azul passar como um foguete.
No fim da reta, o painel ora analógico ora digital indicava velocidade de 290 km/h, saindo lançado da curva inclinada.
À vera, batia em 270 km/h e era o início de uma série de engasgos, como se a gasolina estivesse batizada. Nem era. O limitador de velocidade chegava ao máximo do juízo permitido, 280 km/h, segundo a Audi.
Isso quebra o tal acordo das montadoras alemãs com o governo daquele país para limitar seus bólidos a 250 km/h.
A Porsche nunca aderiu e sabia que não mudaria muita coisa. A BMW tem sua versão do M5 sem limitador, que chega a 305 km/h, aponta a fábrica.
A Audi também entrou na onda, mas esqueceu de preparar seu sedã de quase duas toneladas para tanta velocidade -os bancos de corrida são dignos de um superesportivo.
Na pista, a 280 km/h, o RS6 "flutua" e não dá a segurança que um carro de R$ 500 mil merece. Mais caro, o R8, nessa velocidade, cola no chão e parece que nada pode tirá-lo dali.
O RS6 ainda tem três ajustes de suspensão, mas, nem no modo Sport, o DRC (em inglês, controle dinâmico de direção) segura o carro em linha reta.

Perua
O sistema hidráulico cruzado age em lados opostos dos amortecedores e evita a rolagem, em curvas, da carroceria de quase cinco metros de comprimento.
Nem por isso o RS6 é tão divertido de guiar em curvas. Ao acelerar o motor 5.0 V10 (580 cv), a tração integral empurra o carro para fora, enquanto seus rivais, com trações traseiras, escorregam progressivamente, com sobre-esterço da direção.
Nada seguro, mas divertido, caso o proprietário possa e tenha coragem de abusar desses carros num autódromo.
Lá, é possível também perceber a diferença entre os três modos de atuação do controle de estabilidade. A exemplo do Nissan GT-R e do Mercedes C63AMG, no modo Sport, o Audi permite leves perdas de controle; no modo desligado, é por sua conta em risco.
Poucos, tomara, farão algazarra com o sedã ou a perua RS6. Esta chega antes, no mês que vem, e tem tudo para manter o legado das "station wagons" da Audi, que estreou em 1994 com a mítica RS2 e seu quê de Porsche. (FABIANO SEVERO)


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