São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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PERUA

Versão de entrada na linha tem bom desempenho

Volvo V70 2.0T perde 20 cavalos e fica R$ 17 mil mais barata que "irmã"

LUÍS PEREZ
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

A V70 2.0T, mais recente e modesta integrante da linha de peruas grandes que a Volvo coloca no mercado brasileiro, permite uma blague pronta: com o dinheiro que se comprava o mesmo modelo na versão imediatamente superior (a 2.4T, de R$ 140 mil), agora é possível levar um carro 1.0 para o dia de rodízio.
Foram sacrificados 20 cv (cavalos) na potência, mas a versão custa R$ 17 mil a menos. Na ponta do lápis -ou do cronômetro-, parece que vale a pena.
Testada pela Folha e pelo IMT (Instituto Mauá de Tecnologia), esse pretenso modesto modelo de 180 cv perdeu muito pouco em desempenho se comparado ao topo de linha V70 Cross Country (de R$ 171 mil, que tem tração nas quatro rodas), impulsionada, assim como a 2.4T, por 200 cv.
A perua 2.0T realiza a prova de aceleração de 0 a 100 km/h em 10,58 segundos -a Cross Country a cumpre em 10,21s. Quando se mede a retomada de velocidade de 40 a 80 km/h, é preciso acionar o olho mecânico -4,82s para a Cross Country, contra 4,72s para a nova rival.
Empate mais surpreendente ocorre quando o assunto é consumo urbano: as duas rodam 6,8 quilômetros com um litro de gasolina. Na estrada, mais uma vitória da mais em conta: 11,50 km/l, contra 10,1 km/l da Cross Country. A 2.0T também se mostra mais silenciosa ao marcar 68 decibéis a 100 km/h, ante os 72 decibéis da versão topo de linha.

Sofisticação
Apesar de mais barata justamente para abocanhar mercado, a V70 2.0T não cai na armadilha de ser um veículo que aparenta pertencer a uma categoria inferior. Da esmerada costura do volante, revestido de couro assim como os bancos, aos equipamentos eletrônicos de segurança (ainda a grande bandeira da marca) e conforto, o motorista se sente em um modelo bem sofisticado.
Traz computador de bordo capaz de fornecer informações como consumo instantâneo, distância percorrida e quantos quilômetros faltam para terminar o combustível. A direção vem com altura e profundidade reguláveis.
Mas atenção: alguns itens de conforto, que são de série nos modelos mais potentes, tornaram-se opcionais. Exemplos são o DSTC (controle de tração e estabilidade), faróis de milha, ajustes elétricos do banco do passageiro, além de limpador e lavador de faróis.
Eis a "mágica" que faz a Volvo no Brasil afirmar, sem exagero, que conta agora com a "station wagon" grande importada mais em conta do mercado.
Da segurança, porém, a fábrica sueca continua sem abrir mão. São seis airbags (dois dianteiros de duplo estágio, dois laterais e duas cortinas, também laterais). Nos freios, há de série ABS (sistema eletrônico de antitravamento) e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem).
Como última objeção, é preciso registrar o fato de o design da Volvo -item que, apesar de nunca ter sido o forte da marca, vinha se reabilitando nos últimos anos- estar envelhecendo rapidamente.
Lançada há quase dois anos no Brasil, país que tem se revelado uma vanguarda no design, a V70 já dá esses sinais de desgaste. Em tempo: a "família V70" fica completa com a versão T5, de 250 cv de potência e que será comercializada por R$ 164 mil.



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