São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Capitalização é para os "sem-capital"

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Outra forma de financiamento que vem ganhando espaço na hora de comprar o carro, especialmente entre os consumidores com menor poder aquisitivo, é o título de capitalização. A modalidade para veículos foi introduzida pela Sul América Capitalização, em 1996, ano em que a empresa lançou o título Super Fácil Fiat.
Antes restrito à compra de automóveis da montadora italiana, o sistema foi ampliado em fevereiro deste ano para qualquer veículo, nacional ou importado.
No novo sistema de compra, o consumidor escolhe o valor que quer poupar e um prazo de pagamento, de 24 a 60 meses, com o valor mínimo da parcela mensal de R$ 150. Os valores são corrigidos pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado).
Segundo Antônio Carlos Gabriel, diretor da Sul América Capitalização, a vantagem para o cliente é que o sistema não exige comprovação de renda e consultas ao SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) e à Serasa (Centralização de Serviços Bancários), além de oferecer oito sorteios por mês, no valor do título.
O consumidor pode ainda parar de pagar no meio do plano e receber um percentual preestabelecido do que já desembolsou.

Seguro de vida
A Santos Capitalização só entrou nesse mercado no início do ano passado, mas chegou disputando clientes. Com prestações mínimas de R$ 50 e planos de seis a 120 meses, oferece um seguro de vida. "Os beneficiários recebem o prêmio na falta do cliente", afirma o diretor Inácio Chevalier.
Para Miguel de Oliveira, especialista em finanças da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), é preciso tomar alguns cuidados com os títulos.
Ele alerta que os recursos capitalizados costumam não ser suficientes para a compra do carro no final do prazo, já que os preços dos veículos, em geral, aumentam acima da TR (Taxa Referencial).
O matemático José Dutra Vieira Sobrinho também critica essa modalidade. "Não é interessante ao investidor como aplicação financeira, pois o induz a destinar parte dos recursos ao jogo lotérico, cuja probabilidade de ganhar é muito pequena." (VO)



Texto Anterior: Em 60 meses: Consorciado não ri por último
Próximo Texto: Depoimentos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.