São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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Cofre

Em disputa com as instituições das montadoras, particulares distribuem até R$ 13 mil mensais

Banco usa sorteio como isca

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A disputa para atrair compradores de automóveis financia- dos colocou em lados opostos financeiras de montadoras -que prometem os mais baixos juros do mercado- e bancos comerciais, que oferecem serviços variados e até sorteios mensais de R$ 13 mil pela Loteria Federal.
Na avaliação do diretor da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), José Brasil Ribeiro, os bancos das montadoras têm praticado taxas de financiamento cada vez mais atraentes e aumentado sua participação no mercado.
"Como o objetivo é escoar o máximo da produção, as taxas são mais competitivas que a média do mercado", afirma. Do total dos carros que não são pagos à vista, 70% contam com o suporte financeiro dos bancos ou financeiras ligados às montadoras, assegura Ribeiro.
As taxas médias mensais praticadas por essas instituições são de 2,05%, de acordo com a Anef. Pelo menos 80% dos financiamentos têm prazos de 24 e 36 meses.
Ainda segundo dados da associação, em 2001, as vendas de veículos pelo CDC (crédito direto ao consumidor) representaram 51% do total, 32% foram pagos à vista, 14% adquiridos por consórcios e apenas 3% pelo leasing.
Para 2002, a previsão é de que as vendas à vista caiam para 30%, o CDC suba para 55%, os consórcios fiquem com 12%, e o leasing continue com 3%.

Bancos
Os bancos de varejo passaram a adotar estratégias agressivas para abocanhar parte do filão de mercado conquistado pelos bancos das montadoras.
O Unibanco, por exemplo, está tentando cercar o seu cliente na hora da compra de um automóvel. O banco oferece desde o financiamento para a compra aos serviços de despachante, seguro e aquisição de peças.
Segundo o diretor da Unibanco Financeira, José Eraldo Raimundo, o correntista tem taxas competitivas e diferenciadas, além de concorrer a dois sorteios mensais (no valor de R$ 13 mil cada um, pela Loteria Federal) durante a vigência do contrato. "Se for sorteado, pode praticamente quitar a sua dívida, dependendo do valor financiado", afirma o executivo.
Esse valor é de, em média, R$ 10 mil, e o prazo está em torno de 28 meses. A taxa usada no financiamento de 12 meses é de 1,99%; em 24 meses, entre 2,10% e 2,15%, dependendo do ano de produção do veículo; no de 36 meses, 2,29%; e, no de 48 meses, 2,5%.
Já o BCN faz um sorteio mensal de R$ 10 mil pela Loteria Federal, válido para quem adquirir o carro pela financeira do grupo, tenha conta no banco ou não.
As taxas são de 1,99% para carros novos e usados com até três anos e financiamentos entre R$ 7.000 e R$ 14 mil; de 2,15% a 2,2% para veículos com três a cinco anos de uso e financiamentos de R$ 3.000 a R$ 7.000; e de 2,6% para financiar até R$ 3.000.

Seguro-desemprego
A Fináustria, do Banco BBA, que tem grande participação no mercado de carros usados, está recorrendo à agilidade na aprovação das propostas do cliente, via internet, e à oferta opcional de um seguro contra o desemprego para alavancar suas vendas.
Ao optar pelo seguro, que acresce entre R$ 8 e R$ 10 a cada parcela, dependendo do prazo financiado, o consumidor tem seis boletos pagos pela financeira caso fique desempregado.
O valor financiado para usados é de R$ 5.000 a R$ 6.000, e os prazos mais frequentes são de 24 a 36 meses. As taxas variam de 2,3% a 2,6% ao mês no CDC.
(VALDETE DE OLIVEIRA)


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