São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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Alfândega

A maioria dos consumidores de automóveis estrangeiros prefere evitar os financiamentos

Pagar à vista é o que importa

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se o principal limitador para quem vai adquirir um carro "popular" acaba sendo o extrato bancário, com os compradores de automóveis importados não é bem isso o que acontece. Tanto é que, com muita frequência, esse tipo de consumidor costuma comprar pagando à vista.
Os cerca de 70% dos automóveis vendidos pela Honda em "cash" são exemplo disso. De acordo com Yuji Horie, diretor do banco da montadora, dos 30% restantes que são financiados, 20% são realizados por financeiras independentes, e o restante fica por conta do Banco Honda.
As estatísticas do banco mostram ainda que, entre os financiados, pelo menos 80% são feitos pelo CDC (crédito direto ao consumidor), restando uma parcela pequena para o leasing.
Os consórcios são feitos apenas para as motocicletas. O prazo médio financiado é de 24 meses, e as taxas praticadas em junho são de 1,94% (12 meses), 2,04% (24 meses) e 2,14% (36 meses).

Marketing
Em janeiro, numa campanha promocional, a montadora vendeu carros com taxas de 1,89% e 1,99%, para os prazos de 24 e de 36 meses. "O resultado foi um incremento significativo nas vendas, de cerca de 30%", diz Horie.
Na BMW, a porcentagem de compra à vista é de 50%. Segundo o diretor de serviços financeiros da montadora, Henning Dornbush, no caso dos que financiam, a quantidade de leasing supera o CDC: "Cerca de 60% preferem o leasing, contra 40% dos que optam pelo CDC".
As vendas a prazo também crescem quando é lançada alguma ação específica de marketing, como a que ocorreu há cerca de dois meses. De acordo com o diretor da montadora, em abril, 60% das vendas da BMW no mercado nacional foram financiadas, embora feitas com 50% de entrada e o restante com prazo de pagamento máximo de 20 meses.

Quase à vista
Os clientes da Citroën financiam ainda menos. Segundo o diretor comercial da empresa, Domingos Boragina Neto, 65% das vendas são feitas à vista, e os 35% restantes são financiados.
Entretanto, desse percentual que financia, em média de 35% a 40% dá entrada e parcela o restante em no máximo 12 vezes, calcula Boragina Neto.
O Banco PSA, que oferece empréstimos para compradores da Citröen e da Peugeot, responde por cerca de 80% das vendas financiadas nas concessionárias, mesmo com o assédio de diversos bancos comerciais.
"Negociar dentro da própria concessionária e deixar todo o processo burocrático por conta do banco, além de obter taxas mais vantajosas, fazem o consumidor optar por nós", acredita Teresinha Blanco, diretora comercial do Banco PSA.
As taxas praticadas pelo PSA variam de 1,49% (taxas subsidiadas para modelos específicos da marca Peugeot) a 2,8%, para os prazos mais longos. No banco, 95% das vendas financiadas são feitas pelo crédito direto ao consumidor.
Já os compradores dos automóveis da Renault financiam mais -a montadora também vende modelos "populares", o que explicaria essa preferência.
Apenas 20% das vendas são feitas à vista, 60% são financiadas, e 20% são realizadas por meio de consórcios. Da parcela que é financiada, 60% são feitas diretamente pela financiadora da Renault, e os restantes 40% das vendas a prazo são fechados pelas financeiras independentes.
No Banco DaimlerChrysler, das vendas financiadas, 70% são feitas pelo CDC e 30% pelo leasing, embora essa modalidade esteja restrita às pessoas jurídicas.
O prazo médio de financiamento é de 20 meses, apesar de o banco ter planos para prazos de três a 60 meses, tanto para carros novos quanto seminovos. As taxas médias variam entre 2,09%, nos planos de 12 meses, e 2,49%, para dividir as prestações do carro em 60 meses.
(VALDETE DE OLIVEIRA)



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