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São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

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ACESSÓRIOS

Kits com o luminoso, que voltou à baila devido ao filme "+ Velozes, + Furiosos", custam entre R$ 100 e R$ 600

Inspirados no cinema, motoristas ressuscitam o néon

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Os mais atentos já devem ter notado. Ultimamente, é cada vez menos raro encontrar carros ostentando uma "discreta" luz colorida por baixo. Trata-se do retorno do néon para veículos, desencadeado pelo segundo filme da série "Velozes e Furiosos", que entrou em cartaz no dia 13 de junho.
"Desde que foi inventado, o cinema influencia a moda", justifica Raquel Valente, coordenadora do curso de moda da faculdade Santa Marcelina.
"A procura por néon aumentou uns 150% depois do filme", afirma Daniel de Freitas Mendes, proprietário da Neon Car Acessórios Automotivos. Na avenida Duque de Caxias (região central de São Paulo), tradicional ponto de lojas de acessórios, há pouco mais de um mês, havia apenas um estabelecimento que vendia os luminosos. Hoje, são seis.
"Antes, eu vendia uma média de três a quatro kits por mês. Agora, chegamos a vender dez", relata Ricardo Hang, vendedor da Fast Break Autocenter.
O custo de um kit de néon com duas barras de 95 centímetros fica entre R$ 100 e R$ 600. Mas, para os fanáticos, colocar as luzes apenas no fundo e na frente do carro não é suficiente. "Há luminosos para o painel, para os faróis e até para o bico de válvula do pneu", conta Mendes. Ele diz que toda a gama de acessórios desse tipo exige o desembolso de até R$ 1.100.
Os maiores consumidores do produto são os adeptos do "tuning" -proprietários que alteram rodas, suspensão, cores e motorização de seus carros. Dentro desse grupo, há regras estéticas para o uso do luminoso.
O estudante Luiz Silva, 19, tem uma picape Volkswagen Saveiro toda modificada na qual ele colocou barras de néon sob o chassi e perto dos pedais. Ele admite que fez as mudanças após o lançamento do filme e explica: "Para ficar bonita, a barra de néon tem de estar camuflada. Se estiver aparecendo, fica meio brega".

Perigo
Na opinião de Valente, da Santa Marcelina, a simples colocação do acessório já é questionável do ponto de vista estético. Ela avisa ainda que esse tipo de "onda" costuma ser perigosa, pois, normalmente, "passa muito rápido".
Além do preço e do risco de o proprietário se ver, logo, com um acessório cuja moda já é ultrapassada, há perigos para o automóvel. A começar pelo fato de que a inclusão do néon pode motivar o fim da garantia para a parte elétrica, já que, para cada lâmpada, é preciso instalar um reator.
Outras mudanças são aconselháveis. O eletricista José Jarbas Ferreira, do auto-elétrico Pompéia, diz que o ideal é que o carro seja equipado com uma bateria de 65 ampères e um alternador adequado a essa configuração.
O vendedor Ari Barbosa, da Dankauto Acessórios, diz que é muito comum a lâmpada de néon queimar por causa da umidade a que está exposta sob o carro. "E uma nova pode custar mais de R$ 100." (CHRISTOPHER LANGNER)


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