São Paulo, sábado, 03 de outubro de 2009

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Aluguel funciona em SP, mas...

...o problema é que a cidade tem só 10,5km de ciclovias

MALU TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

A opção para quem não tem bicicleta é alugar ou pegar uma emprestada. Em São Paulo, o projeto Use Bike, que funciona há um ano, tem serviço de empréstimo e estacionamento em 24 pontos, 15 deles em estações de metrô. No teste feito pela reportagem, o sistema foi aprovado. O problema é conseguir pedalar numa cidade que só tem 10,5 km de ciclovias.
O cadastro e o empréstimo são feitos rapidamente. É preciso levar documento com foto, informar CPF e endereço. Um cartão de crédito serve para as horas excedentes (a primeira é grátis. Depois, custa R$ 2 a cada hora). Um funcionário de plantão (das 8h às 22h) entrega a bicicleta com 21 marchas da Sundown, capacete e um cadeado.
A dica de outros ciclistas, para quem não quer se arriscar nas ruas movimentadas, é ir pela calçada, atropelando o código de trânsito, mas tomando cuidado com os pedestres. "Pelo rigor do lei, não é correto. Assim como não é correto os veículos não respeitarem a lei, segundo a qual eles devem passar a 1,5 m das bicicletas. É uma questão de sobrevivência do ciclista", diz Ismael Caetano, da ONG Parada Vital, que implantou o Use Bike.
O sistema, criado como alternativa de transporte diário, é usado muito mais para lazer. Nos finais de semana de sol, o número de empréstimos quase triplica. Aí, em alguns pontos, como os da Paulista, é preciso chegar cedo para pegar a sua, se não quiser esperar pelo caminhão que repõe as magrelas.
No Rio, é o oposto. O sistema Samba (Solução Alternativa para Mobilidade por Bicicletas de Aluguel) tem bikes disponíveis na orla e em metrôs de Copacabana, mas pouca gente disposta a usá-las. O preço do aluguel não atrai. O passe mais barato custa R$ 10. Se o usuário ficar mais de meia hora com a mesma bicicleta, paga mais R$ 3 por hora. Além disso, o cadastro é feito só pela internet. Há uma promessa de simplificar o sistema, permitindo que as pessoas usem o vale-transporte. Mas esse ainda é um projeto, que está só no papel, segundo a própria empresa Serttel, responsável pelo Samba.


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