São Paulo, sábado, 03 de outubro de 2009

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CRÍTICA DE LOJA [questão de gosto e opinião]

Essa história de deusas e mulheres

Loja em novo ponto de comércio na zona oeste de São Paulo evoca paganismo feminista para vender sabonetes, velas, etc.

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Lilith Mimos Essenciais chega precedida por um esforço extenuante de "conceituação" e não se exime de afirmar que a oferta foi "pensada a partir das deusas de diversas religiões e etnias, para garantir que os desejos de todas as mulheres possam ser realizados num único lugar". Beleza, você diria. Pena que as deusas que eles acionaram só mandaram velas, produtos para banho e vasos.
Para os frequentadores desse novo e promissor pedaço da Vila Madalena, há de causar estranhamento o fato de a loja manter o estilo "Gaudì em desencanto" da encarnação anterior do ponto -uma papelaria artesanal. O tutano gasto em conceito podia ter sido usado para mudar a cara do lugar. Isso tudo posto e destilado, o sortimento de velas, sabonetes e correlatos é vasto o suficiente para garantir meia hora de diversão. E se a ramificação temática, supostamente feminina, não é das mais rigorosas -com brinquedos misturados a cachepôs e massageadores rimando com livros de Isabel Allende-, isso contribui para a sensação de que há algo a achar.
Em meio à profusão de itens, que de essenciais não têm nada, há coisas divertidas como velas em formato de docinho, varal de banheiro para levar em viagens e kit pedicure, com borracha de separar os dedos encimada por carinhas sorridentes.
Há bons itens de decoração "da Ásia" -segundo a moça, como mesa e cadeira de ferro (em torno de R$ 500 a peça) e luminárias de ferro e vidro (R$ 150). Rampa abaixo, a casa tem vasos de fabricação própria, feitos de fibra plástica colorida e levíssima. Parecem uma surpresa ótima até que lhe contem o preço. Aí você lembra que nunca teve problema com a velha e boa cerâmica.
ONDE ENCONTRAR Lilith Mimos Essenciais r. Natingui, 800, Vila Madalena, tel. (11) 3034-5996, São Paulo


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