São Paulo, sábado, 06 de junho de 2009

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Maria Inês Dolci [defesa do consumidor]

Arapucas nada saudáveis


Nem sempre o que é oferecido como "natural" é melhor do que um remédio testado e aprovado

PARECE MÁGICA. Você está perdendo os cabelos. Coincidentemente, você recebe um e-mail sobre um produto revolucionário, que devolverá seus cachos e seu topete em apenas alguns meses.
Ou, você engordou demais nos últimos meses, e é informado sobre um novo extrato de fruta, de legume ou de verdura que supostamente é capaz de acelerar o seu metabolismo e -zapt!-, fazer você perder rapidamente os quilos excedentes sem que para isso seja necessário se privar de frituras e doces.
A internet, maravilhosa ferramenta de lazer, entretenimento, informação e cultura, é também o veículo dessas arapucas.
Cabe a você, caro consumidor, cara consumidora, separar o joio do trio em meio a milhares de informações disponíveis.
Como fazer essa separação? Primeiramente, usando o bom senso. Se xampus milagrosos tivessem o poder de restaurar cabeleiras, fazendo a pessoa voltar à aparência que tinha na sua adolescência, por que tantos homens ainda ostentariam, a contragosto, suas calvícies, em lugar de recorrer a essas supostas invenções fantásticas? Por que outros pagariam um implante capilar, quando poderiam resolver tudo de maneira mais fácil?
Em termos de combate à obesidade, vale esse mesmo argumento: quem sofreria com dietas e malhação, por meses e meses, se fosse possível de verdade resolver tudo na base de cápsulas ou chás?
Até a publicidade de produtos famosos, com credibilidade no mercado, afirma que eles auxiliam na redução de peso ou do colesterol ruim, mas observa que isso se verificará quando a dieta alimentar for a mais adequada.
Ou seja: se você comer de acordo com o que os nutricionistas recomendam para sua faixa etária e suas características, você emagrecerá, com ou sem aquele produto.
Além disso, nem sempre o que é oferecido como "natural" é melhor do que um medicamento reconhecido, testado e aprovado.
Cuidado, portanto, com os novíssimos produtos que surgem periodicamente, prometendo mundos e fundos como a cura de doenças ou resultados estéticos imediatos!
Se você tiver interesse em experimentá-los, consulte antes seu médico. Às vezes, novidades desse tipo não apenas não produzem o efeito prometido como podem provocar danos à saúde.
Nem sempre essas invenções são fabricadas com os níveis de qualidade e segurança requeridos.
Por mais que tenhamos vontade de resolver as coisas sem muito esforço, a saúde só pode ser construída com acompanhamento médico, dieta adequada e muita determinação. Mesmo os exercícios, quando praticados sem a orientação de um profissional especializado, podem causar mais mal do que bem.
Pode ter certeza que, quando houver comprovação científica, qualquer descoberta eficaz no combate à calvície, à obesidade, ao envelhecimento e a doenças crônicas vai acabar chegando até nós, indicada pelos próprios médicos. Sem mágica, sem efeitos milagrosos, mas com muito mais segurança.

http://mariainesdolci.folha.blog.uol.com.br


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