|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MENINO E MENINA
Muito além da bola e da boneca
Brinquedo legal de verdade não precisa mais ter gênero definido
DANAE STEPHAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nas lojas de brinquedo, a divisão entre o que é "de menina"
e o que é "de menino" é bem
clara. Para elas, tudo é rosa, das
embalagens às roupas de boneca. Para eles, bonecos de ação e
tudo que estimule a competição e a agressividade.
E o que acontece quando um
menino se interessa por um
brinquedo de menina, ou vice-versa? "A criança fica sem o
brinquedo, porque não existe,
por exemplo, tábua de passar
roupa que não seja cor-de-rosa", diz Daniela Auad, professora de sociologia da educação da
Unifesp. "Nenhum problema
em imitar os afazeres dos adultos. Mas os brinquedos são elementos de reprodução dos papéis feminino e masculino. Então, porque delegar só à mulher
o uso do fogãozinho, quando
homens também cozinham?"
"A indústria nacional evita a
caracterização de gêneros", diz
Synésio Barbosa, presidente da
Abrinq. Mas isso não vale para
os itens importados, caso da tábua de passar. "A Abrinq está
em constante negociação com
essas indústrias para coibir esse tipo de situação", diz.
Para Daniela, brinquedo legal é o que serve para os dois sexos. "Já que o brincar treina para o mundo adulto, que treine
também para a igualdade".
Texto Anterior: Maria Inês Dolci [defesa do consumidor]: A regulamentação da rede Próximo Texto: Consumo virtual: Prós e contras do site brasuca da Apple Índice
|