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CRÍTICA DE LOJA [questão de gosto e opinião]
Roupa popular com um toque fashion
Hipermercado, agora, pretende vender "a moda do mundo para todo mundo"
TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Extra é aquele lugar maluco onde você pode comprar um
cacho de bananas, um jogo de
cama e uma bicicleta, e tudo às
3h. Pode ser bem conveniente,
nesta cada vez mais intransitável metrópole.
A loja do Itaim tem um astral
razoável para uma compra fora
de hora. Com detalhes bizarros,
como antiguidades de araque,
tipo cabeça de cavalo de gesso.
Como a maior parte dos hipermercados, o Extra sempre
vendeu de um tudo. A novidade, por assim dizer, é que agora
quer fincar sua bandeirinha no
já bem concorrido segmento da
roupa popular com perfume
fashion. Concorrido, embora
ninguém faça o serviço direito.
O slogan que vende o peixe
vai além e resvala num certo
delírio globalizante: "A moda
do mundo para todo mundo".
Afora o dito em si, que paira em
banners, tudo parece continuar
exatamente como dantes. Com
exceções que se contam nos dedos de meia mão, o que está exposto é o de sempre: roupa genérica, careta e de qualidade
sofrível, para mulheres e homens, com ligeira desvantagem
para os últimos, coitados.
À guisa de "roupa do mundo", duas araras expõem jaquetinhas aviador femininas ajeitadas, de um couro sintético
bacana, com etiqueta escrita
em inglês, por R$ 119, o que
achei caro para uma roupa de
supermercado; e uma coleção
de camisetas listradas de meia-manga, tipo marinheiro, que
lembram os bons tempos da
Gap, por R$ 15.
Garimpando muito, acham-se bolsinhas assinadas por Alexandre Herchcovitch, com forro de cetim e divisórias espertas, por R$ 30; e jaquetas masculinas de fleece, aquela versão
mais quente e leve do moletom,
por R$ 50.
O mundo do Extra pode ser
vasto. Mas, no gênero popular e
"transado", sou mais o Brás.
ONDE ENCONTRAR
Hipermercado Extra
r. João Cachoeira, 899, Itaim Bibi,
tel. (11) 3047-0100, São Paulo
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