São Paulo, sábado, 13 de março de 2010

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CRÍTICA DE LOJA [questão de gosto e opinião]

Roupa popular com um toque fashion

Hipermercado, agora, pretende vender "a moda do mundo para todo mundo"

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Extra é aquele lugar maluco onde você pode comprar um cacho de bananas, um jogo de cama e uma bicicleta, e tudo às 3h. Pode ser bem conveniente, nesta cada vez mais intransitável metrópole.
A loja do Itaim tem um astral razoável para uma compra fora de hora. Com detalhes bizarros, como antiguidades de araque, tipo cabeça de cavalo de gesso.
Como a maior parte dos hipermercados, o Extra sempre vendeu de um tudo. A novidade, por assim dizer, é que agora quer fincar sua bandeirinha no já bem concorrido segmento da roupa popular com perfume fashion. Concorrido, embora ninguém faça o serviço direito.
O slogan que vende o peixe vai além e resvala num certo delírio globalizante: "A moda do mundo para todo mundo". Afora o dito em si, que paira em banners, tudo parece continuar exatamente como dantes. Com exceções que se contam nos dedos de meia mão, o que está exposto é o de sempre: roupa genérica, careta e de qualidade sofrível, para mulheres e homens, com ligeira desvantagem para os últimos, coitados.
À guisa de "roupa do mundo", duas araras expõem jaquetinhas aviador femininas ajeitadas, de um couro sintético bacana, com etiqueta escrita em inglês, por R$ 119, o que achei caro para uma roupa de supermercado; e uma coleção de camisetas listradas de meia-manga, tipo marinheiro, que lembram os bons tempos da Gap, por R$ 15.
Garimpando muito, acham-se bolsinhas assinadas por Alexandre Herchcovitch, com forro de cetim e divisórias espertas, por R$ 30; e jaquetas masculinas de fleece, aquela versão mais quente e leve do moletom, por R$ 50.
O mundo do Extra pode ser vasto. Mas, no gênero popular e "transado", sou mais o Brás.


ONDE ENCONTRAR

Hipermercado Extra
r. João Cachoeira, 899, Itaim Bibi, tel. (11) 3047-0100, São Paulo




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