São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

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ONGs e economistas têm críticas ao movimento

O "comércio justo" está longe de ser uma unanimidade.
Críticas e ressalvas partem não só da academia, mas também das próprias entidades que ajudam a construir o movimento no Brasil e no mundo.
Uma das discussões centrais é sobre a venda ou não de produtos "justos" em grandes redes de supermercado, o que, para alguns, poderia descaracterizar a natureza desse tipo de sistema, embora seja visto como um meio importante para escoar a produção.
"O comércio justo, como projeto político, se propõe a criticar esse modelo econômico. Muitas vezes, precisa ‘flexibilizar’ seus princípios, para fornecer a quantidade que o supermercado demanda para abastecê-lo", diz Renata Pistelli, 30, diretora do Instituto Kairós. A entidade faz parte da Faces do Brasil, rede de ONGs que participaram da criação das diretrizes do comércio justo no país.
O movimento se apóia sobre uma base frágil, na visão de Claudemir Galvani, professor de economia da PUC-SP: "O calcanhar-de-aquiles do comércio justo é depender da boa vontade das pessoas. Em uma crise, a primeira coisa que os consumidores vão cortar são os custos. Se a renda cai numa grande proporção, a demanda por esses produtos também cai, embora as pessoas se preocupem com o que compram".


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