CINEMA

Canções de Amor

Musical francês foge do convencional

Alessandro Giannini

Diretor do vigoroso e sensível "Em Paris" (2007), o francês Christophe Honoré ressuscita o musical em "Canções de Amor", um gênero em que poucos cineastas apostariam suas reputações.

Está claro que Honoré não segue os cânones nem procura o convencional, o que só lhe rende pontos positivos. O filme mistura drama, comédia, tragédia, romance e números musicais inspirados em canções de Alex Beaupain sem jamais perder o fio da meada.

O jovem jornalista Ismael (Louis Garrel, ator-fetiche de Honoré) conduz o espectador por uma história cheia de caminhos sinuosos e desvios imprevistos. Companheiro de longa data de Julie (Ludivine Sagnier), ele tem uma colega de trabalho, Alice (Clotilde Hesme), com quem o casal inicia uma relação a três.

É um ponto de partida incomum para uma história que se transforma em tragédia e desemboca em novo romance que desafia os padrões.

Há ainda a questão familiar, tão cara aos filmes de Honoré. Ela está representada na família de Julie, especialmente na mãe (Brigitte Roüan) e na irmã Jeanne (Chiara Mastroianni), com quem a personagem principal troca confidências. É um retrato da normalidade que o diretor faz questão de desconstruir. Não recomendado para menores de 12 anos.