CINEMA

Hellboy 2 - O Exército Dourado

Del Toro se confirma como mago da fantasia

Ricardo Calil

Dentro do universo de adaptações de HQs para o cinema lançadas neste ano, "Hellboy 2 - O Exército Dourado" funciona como um contraponto perfeito a "Batman - O Cavaleiro das Trevas". O que o filme do homem-morcego tinha de sério e realista o do "garoto-demônio" tem de despretensioso e fantástico.

No segundo longa adaptado dos quadrinhos de Mike Mignola, Hellboy (Ron Perlman) precisa enfrentar o príncipe Nuada (Luke Goss), ser encantado que promete reativar um exército invencível e destruir a humanidade.

Enquanto isso, o protagonista lida também com uma crise afetiva -sua namorada Liz (Selma Blair), grávida, quer discutir a relação- e existen cial -ele é incompreendido pelos humanos que defende.

Depois de "O Labirinto do Fauno", "Hellboy 2" confirma o diretor mexicano Guillermo del Toro como principal cultor do cinema fantástico hoje.

Como o mago da animação Ray Harryhausen fazia no passado, ele usa os efeitos especiais não para a ostentação do virtuosismo tecnológico, mas para a criação de novos universos.

Por outro lado, seu novo trabalho também demonstra velhas limitações -como a maior intimidade com as cenas de ação do que com as íntimas e um início de filme sempre mais forte que o final. Não recomendado para menores de 14 anos.