CINEMA

Lemon Tree

Drama alegórico retrata conflitos

Ricardo Calil

O ponto de partida de "Lemon Tree" não deixa dúvidas de que o filme é uma alegoria sobre os conflitos entre árabes e israelenses.

Baseado em fatos reais, o longa conta a história da viúva palestina Salma (Hiam Abbass), que inicia uma batalha judicial quando o ministro de Defesa de Israel se muda para a casa ao lado e agentes de segurança determinam que a plantação de limoeiros da mulher seja destruída para que terroristas não se infiltrem pelo terreno.

Diretor de "A Noiva Síria" (2004), o israelense Eran Riklis conduz "Lemon Tree" como um equilibrista: ora flertando com os clichês do filme de autor, ora com os da telenovela, ora demonstrando empatia com a viúva, ora aceitando as razões de Estado do ministro.

O cineasta se esforça para que os personagens sejam mostrados como seres reais, não apenas como representantes simbólicos de um povo. Mas só há um elemento realmente interessante no filme: a atração que se estabelece entre Salma e seu advogado (Ali Suliman).

Alegorias sobre palestinos e israelenses já foram vistas aos montes no cinema, mas um filme que dê a uma mulher árabe a possibilidade de desejo sexual é um fato novo -e muito bem-vindo.

Não recomendado para menores de 14 anos.