CINEMA

Onde Vivem os Monstros

Longa mostra que o mundo não é cor de rosa

Bruno Yutaka Saito

O garoto Max é um verdadeiro monstro. Com uma fantasia de lobo, corre pela casa e espalha o terror. Desobediente, ameaça a mãe: "Olha que eu te como!". Como castigo, é mandado para a cama sem comer nada. Dentro do quarto, Max se transporta para a terra dos monstros, torna-se rei e institui a bagunça geral.

Essa é a ideia de "Onde Vivem os Monstros", livro de 1963 de Maurice Sendak, que é referência para as crianças dos EUA. Demorou 46 anos para a obra se tornar filme, e coube a Spike Jonze e ao escritor Dave Eggers a tarefa de esticar a obra de dez frases em um longa de 101 minutos.

O filme é mais recomendável para crianças maduras e adultos, já que um clima um tanto assustador percorre a trama. No longa, Max também é um monstrinho, mas porque é dessa maneira que ele se sente. No mundo hostil à sua volta, não encontra o amor que tanto necessita.

Mesmo na terra dos monstros, Max logo verá o quão difícil é conviver com as emoções díspares que fazem parte da vida em sociedade.

O filme enfatiza um tom psicológico, e não tanto o de poder da imaginação do original. O longa se arrasta em alguns momentos, e o tom moral se impõe. Ainda assim, é de admirar a coragem de atestar que o mundo não é cor de rosa. Não recomendado para menores de 10 anos.