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DE SÃO PAULO
Guia da Folha
 

DE 24 A 30 DE ABRIL DE 2009

 

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CINEMA

W.

Stone revê era Bush

Alessandro Giannini

O filme "W.", de Oliver Stone, chega com certo atraso ao Brasil. Quando foi lançado, durante o fim da campanha presidencial norte-americana, no ano passado, tinha dois objetivos claros: revelar a verdadeira personalidade do homem mais poderoso do mundo, responsável por uma guerra sem sentido e pelo colapso da maior economia do planeta; e aproveitar o debate para informar o eleitor e também atrair mais pessoas para os cinemas.

A despeito do que conseguiu nessas duas frentes, o filme se sustenta na tentativa de mostrar o lado humano de George W. Bush. Bem entendido, humano no sentido de falível e muito suscetível às armadilhas da vida. No caso do agora ex-presidente, essas características renderam tragédias.

Ao contrário do que fez em "JFK - A Pergunta que Não Quer Calar" (1991) e "Nixon" (1995), Stone não tenta revisar os fatos. Auxiliado por uma pesquisa profunda, calcada em biografias e relatos de testemunhas, ele simplesmente coloca em paralelo os anos de formação de Bush e uma boa parte de seus dois mandatos.

Sempre sob a perspectiva de Bush, interpretado por um Josh Brolin em estado de graça, "W." revela um jovem marcado pela inconsequência e um adulto autoritário, mas facilmente manipulável. Assim como George Bush pai (James Cromwell) e Barbara Bush (Ellen Burstyn) sobressaem na fase formativa, o vice-presidente Dick Cheney (Richard Dreyfuss) e Karl Rove (Toby Jones) ganham destaque no período presidencial.

Embora esteja implícito certo psicologismo nesse retrato em dois tempos, Stone evita justificar sua tese por esse caminho. Aposta na construção de uma imagem, a essência do cinema.

Não recomendado para menores de 14 anos.
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