CINEMA

Simplesmente Complicado

Nancy Meyers aborda a vida sexual na maturidade

Sérgio Rizzo

Atrizes veteranas costumam reclamar que bons papéis no cinema escasseiam à medida que envelhecem, em indústria dominada pelo apelo jovem. O fato encontra na sexagenária Meryl Streep uma notável exceção.

Apenas na última temporada, ela emplacou dois êxitos de bilheteria: "Julie & Julia", que lhe valeu a 16ª indicação ao Oscar, e "Simplesmente Complicado", pelo qual recebeu a 25ª indicação para o Globo de Ouro (que venceu, pela sétima vez, por "Julie").

Ambos são comédias dramáticas que tratam de gastronomia. Em "Simplesmente Complicado", Streep interpreta a dona de uma confeitaria, caracterização relevante para a trama. O que mais importa, contudo, é o fato de ser divorciada.

Quando a filha sai de casa, a solidão bate, bem como o desejo de ter um novo companheiro. Uma possibilidade é um arquiteto também divorciado (Steve Martin), mas o cenário muda quando o ex-marido (Alec Baldwin) volta a ciscar no terreno.

Eficaz ao se voltar para o público adulto, mas com humor que conversa também com a plateia jovem, Nancy Meyers retoma aqui o filão da vida sexual na maturidade, que já havia explorado em "Alguém Tem que Ceder" (2003).

Não recomendado para menores de 14 anos.