CRIANÇA

CRÍTICA Histórias do Caixão do Zé

Bonecos causam terror e risos entre os pequenos

Gabriela Romeu

"Histórias do Caixão do Zé", da cia. Polichinelo, desafia os limites do medo da plateia infantil. Com bonecos expressivos e manipulados com precisão, o espetáculo brinca com o imaginário de terror.

Num cemitério mal-assombrado, o morto-vivo Zé está sempre pronto para espantar o coveiro que tem a infeliz ideia de botar o pé no local. Diz ser o dono do lugar. Para ajudar (ou melhor, atrapalhar) sua missão, está a hilária assistente, Topeira (boa composição de voz de personagem). A iluminação acertada amplifica o clima da batalha, que se desenrola madrugada adentro, entre o coveiro caipira, munido de arruda e alho, e Zé e seus amigos do além. Caveirinhas sussurrantes ganham vida (e graça) com a técnica da luz negra.

Na dramaturgia de Márcio Pontes, as tiradas de humor surgem para amenizar a atmosfera de sustos e da penumbra. A peça tem soluções divertidas para acabar com o pavor de um lobisomem, que, mesmo sendo um boneco, é assustador para crianças maiores de oito anos.

Mas a tensão, pontuada pela trilha sonora, é crescente, ao ponto de um menino, encolhido na cadeira, questionar: "Quando vai acabar?".

Avaliação: bom. Indicação: a partir de 8 anos

Sesc Ipiranga - teatro - r. Bom Pastor, 822, Ipiranga, tel. 3340-2000. Dom.: 16h. Até 24/10. Ingr.: R$ 2,50 a R$ 10. 50 min. a d i